quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

ORAÇÀO AOS CASAIS


                 Eu faço as minhas coisas,
        voce faz as suas.
                       Eu me encontro nas minhas,
        voce, nas suas.
                        
                        Se voce esperar por mim
      ou eu por voce,
 alguem deixará de fazer a sua parte.

             O meu caminho pode não ser o seu.
Pode não sentir conforto no meu passo,
      no meu ritmo. Do meu jeito.
Dirá então que meu passo é descompassado ou até sem forma.
         E, se eu adaptar-me ao seu, estarei em descompasso com o meu,
  andando por caminhos que me serão estranhos.

                     Se não se achar nas suas coisas,
  as minhas te parecerão estranhas, confusas e inadequadas.
   Não é que elas sejam assim.  As verá dessa forma por não estar valorizando as suas.

                Não farei as minhas coisas por voce. Nem voce fará as suas por mim.
  E o que fizermos, desse modo,  é por nós que as faremos.

         Não tente se encontrar nas minhas coisas. O  seu caminho é o  seu caminho.
E não é por ser diferente que irá se perder. Ou não me encontrar.

               Primeiro dançarei a minha dança, do meu jeito. E voce dançará a sua
  tambem ao seu modo. Um dia, quem sabe, dançaremos juntos, a nossa dança.

        O encontro não facilita, não delega, nem exige. Não olharei para os lados
 para dar rumo ao meu passo, nem dar-te-ei uma bussula para não desorientar-se.
E, à medida, que eu for me encontrando, voce se encontrando,
será essa a medida do nosso encontro.

                        Quando as minhas coisas  não te parecerem mais tão estranhas,
o meu caminho não te parecerá tão confuso, para  tambem encontrar-se no seu.

             Não avalie a qualidade do relacionamento pela quantidade do tempo
de estarmos juntos. A necessidade do outro, não é diferente da sua carencia.
       Se buscar em mim o que estiver faltando aí, como poderei te dar aquilo que apenas
 voce poderá se dar ? Não me culpe, nem fique triste. É apenas assim que é.

               Eu com as minhas coisas. Voce com as suas.
  Eu seguindo o meu caminho. Voce, o seu.
       É esse o caminho  do grande encontro.
Ou então o encontro que nunca será.

                                 Pois, do feliz encontro de ontem, porque sobrou tão pouco ?
 - se é que resta algo ainda daquele tempo,
 que não se podia imaginar, fosse acabar.

                       Porque tantos desabraços ? Laços que uniram, porque se desfizeram ?
Os fios tornaram-se frageis. Distenderam-se ao maximo e romperam.

         O que foi unido, já não está mais unido. O bom se tornou amargo, e aquilo que
prometia felicidade eterna,  transformou-se em tristeza e amarga decepção.

             O que foi que aconteceu ? O que foi que deu errado ?

                   Eu faço as minhas coisas. Voce faz as suas.
   Eu encaro os meus desafios. Voce os seus.
      
              Primeiro eu me encontro. Voce se encontra.
                E se então acontecer um encontro, que bom.
       Se não, nada há a fazer.

   Não preciso de ti para ser feliz,
mas sinto-me bem estar contigo.
Afinal, eu já me encontrei, e voce tambem já se encontrou.
Por isso, não necessitamos mais um do outro para estarmos bem,
e é, exatamente, essa a questão, - ser tão bom estarmos juntos.
         
                       

           


                            


                   

Nenhum comentário:

Postar um comentário