terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

ACORDAR OUVINDO OS PARDAIS

                       Hoje acordei com a algazarra dos pardais e o rugido do mar como pano de fundo. Acordei contente. Não sei se a alegria foi pelos pardais, ou pelo fato de ter-me dado conta (  de ter ouvido), a sua algazarra. Afinal, podia ter acordado pensando. E quem acorda pensando, não tem ouvidos para nada, não tem tempo para pardais. A cabeça já está ocupada, bem cedinho, com o bate-bumbo massacrante dos pensamentos sem fim. E eles vem em turma, gritando todos ao mesmo tempo, todos querendo a atenção exclusiva.  Igual  politico em tempo de campanha ! Eles vem de mansinho, depois o barulho aumenta e acabam tomando conta. Todavia, a erva daninha tambem tem direito do seu espaço ao sol, não tem ? E, Ali Babá, há muito faz parte da mitologia humana. Culpa do Sr. Ali Babá ?

                           Mas porque a erva daninha e a turma do  Sr. Ali Babá estão nessa conversa de pardais e mar como pano de fundo ?  Como foi que chegaram ?
A lei da vida é a lei da polaridade, dos pares. Tudo vem sempre casado. Onde há cara, 
haverá coroa como sua contraparte . Sempre. Quer ver ?
Saude não é ausencia de  "bichos". Se tentar viver num ambiente sem virus , microrganismos e cia, apenas tentará, porque não será possivel . A vida não é possivel sem aquela parte que quer destrui-la.
Se eliminar o polo positivo do negativo, não terá uma super luz.
Se há uma mente que pensa, qual seu polo polar ? O silencio e o vazio criados por estar alerta e atento.
Assim, pensamento de um  lado e atenção do outro. É dentro desse espectro que oscila
todo movimento da vida.

                         Porque ficamos encantados com as imagens de um filme ?  A lente foca aquele aspecto que o diretor quis chamar atenção. A nossa atenção é atraida para
esse ponto, ficamos focados, apenas aí. E o que acontece ? Não haverá pensamento nesse momento. E sem pensamento, apenas o encanto, a alegria, o prazer.
Aquela cena de alguem sentado num banco olhando para longe, quantas vezes já viu
isso no dia a dia . Mas não chamou tua atenção naquele momento, por isso não viu nada.
Não percebeu a sequencia  : o banco...alguem sentado...olhando...para longe. Porque
não percebeu, lá, enquanto passava, como agora enquanto, assistindo ao filme ? 
 Porque a cena agora se pareceu tão poetica , se quando a viu na rua, nem sequer a viu ?
                     Esse me parece ser o grande segredo, o tal do pulo do gato.
E é sempre simples assim.

               Voce sempre estará, onde estiver a atenção. E é isso que irá determinar a
realidade da pessoa. É isso que fará toda a diferença entre viver bem e fazer de conta que está vivendo.
                               Estamos voltando para o inicio da nossa conversa. Não foi a atenção que permitiu perceber a algazarra dos pardais e o rugido das ondas do mar ?

                       A atenção abre portais que nos conduzem para dimensões, que de outra forma, não seriam acessados.
Porque ficar na recepção, na sala de espera, se tem direito a aposentos de luxo ?

               E alem do mais, somente  dará conta das ervas daninhas se houver atenção.

                Sentei na frente dessa maquininha magica apenas para confidenciar isso :

 levantamos ouvindo os pardais, ou levantamos ouvindo a cabeça.

                      E os assuntos da cabeça são bem diferentes daqueles dos pardais.
     

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