domingo, 20 de julho de 2014

A MAGIA DAS NOSSAS ESCOLHAS


A vida que se leva,
segue o roteiro das nossas escolhas.

A realidade não é aleatoria,
nem é definida por poderes sobre-humanos,
ou um projeto pré-fixado,
que simplesmente se siga
como quem interpreta um personagem.

Ação e reação,
causa e efeito,
escolhas e consequencias.

A reação, o efeito, ou as consequencias,
são sempre determinadas 
sob a ação do livre-arbitrio.

Podemos sempre escolher 
entre um numero infinito de possibilidades,
mas será determinada escolha
que criará o proximo cenario,
onde o novo enredo será representado. 

A vida não é definida à priori,
pois o roteiro define-se momento a momento,
seguindo em ziguezague,
sob o decreto das novas decisões.

Não duvide nunca das suas escolhas.
A vida atual, significativa ou infeliz,
não é consequencia de carma passado,
mandinga de algum feiticeiro, 
muito menos, danação divina.  

Ninguem nos leva para o inferno
a não ser nossas proprias escolhas.
Os culpados não são os outros.
Colhemos não mais, nem menos 
que a consequencia das nossas opções.

Vivemos dentro dos limites estreitos
das nossas escolhas 
e suas consequencias.

O culpado é uma figura retorica,
saida dos anais da incompetencia
da compreensão das leis da vida.

A escolha, alem de uma aposta,
é sempre uma certeza.
Invariavelmente se materializa,
quer a gente saiba ou não, 
de qual decisão
tal enredo foi elaborado.

O universo sempre nos apoia
seja qual for a aposta por nos escolhida. 




sábado, 12 de julho de 2014

A CHUVA MIUDA NUMA TARDE DE INVERNO


A chuva era miuda, ralinha,
parecia nevoa, uma bruma densa
- chuvinha tipica 
dos dias frios de inverno.

Caia silenciosa, suave,
sem querer perturbar,
assim como quem cantarola, baixinho,
uma meiga canção de ninar.

São as chuvas de inverno,
 com seu encanto triste,
despertando saudades,
melancolia, que evoca estranhos sentimentos.

O telhado de zinco a absorvia com cuidado,
diferente das chuvas sonoras, barulhentas,
dos dias menos sombrios.

Vista atraves da vidraça da janela embaçada,
o cenario externo refletia a umidade e o frio 
da tarde acinzentada.

O vento agita as longas palmas da palmeira esguia,
contorcendo-se de lado a lado,
emitindo um som tristonho,
monotono, repetitivo, lastimoso.

A vista não alcança longe,
perdida por entre o nevoeiro denso,
deixando o mundo pequeno,
a distancia encolhida pela visão diminuida.

Os passarinhos silenciam,
apreciando tambem, quem sabe, a melancolia poetica
da tarde fria, de chuva miuda, silenciosa e comovente.

As nuvens baixas, pesadas, densas,
diminuem a luminosidade,
deixando a atmosfera pesada, seria, contraida,
estimulando ideias, despertando emoções.

Imaginei-me perdido no mundo, 
embrenhado na imensidão gelada,
sem refugio, sem consolo,
desprotegido do ambiente aquecido
do fascinante fogão à lenha.

Relaxei, 
e um sentimento de bem estar,
uma vibração de contentamento correu dentro de mim.
Estava abrigado, no aconchego do lar,
resguardado da atmosfera gelada,
olhando pela vidraça embaçada,
a chuva miuda, ralinha,
caindo silenciosa,
nessa tarde gelada de inverno.

Momento de paz,
de serenidade,
e gratidão. 







sábado, 5 de julho de 2014

UM CHEIRINHO DE PRIMAVERA NO AR


A brisa dessa manhã, 
não percebeu que tinha um cheirinho de primavera ?

Cheirinho de casa limpa, janelas abertas, 
iluminada pelo sol morno da manhã gloriosa.

Parecia manhã de setembro,
anunciando a primavera.
Há sempre um feitiço no ar 
nos dias radiantes de setembro.

Talvez tenha essa noção,
por ter sido um dia festivo de primavera
que me trouxe em seus braços
para essas bandas do mundo.

Havia flores nos jardins,
os passarinhos faziam festa,
e a atmosfera, uma louvação à vida.

Tambem nasci sob o resguardo
de tres magos soberanos.
É por isso que os passarinhos,
as flores e tudo que evoca primavera
ecoa na alma quase como saudade.

O sol dessa manhã, não tinha a timidez
das manhãs de sol invernais.
O ceu limpo de nuvens,
 tornava o azul fascinante,
assim como o fascinio do azul,
dos olhos da moça vistosa.
Carrega ela no redondinho dos olhos 
um pedaçinho do feitiço do ceu.

Apesar do extase da manhã luminosa,
um cheirinho de chuva pairava no ar,
confirmando a antinomia da vida.

Nada se afirma como permanente;
não há lagrima que não se transforme em riso,
nem vitoria que não traga consigo 
a sementinha do desencanto.

Nem o apego, nem a repulsa.
A paz nascida da compreensão,
não aflige nos contratempos,
pois tudo está sempre no seu devido lugar.