sábado, 7 de junho de 2014

TEMPO - O SENHOR DO CAOS


  Não vamos, certamente, encontrar lá longe,
o que não conseguimos ver agora, aqui pertinho.

A distancia funciona como um canto de sereia,
a embalar frustrações de um tempo perdido,
de sonhos sempre postergados,
deixados para depois, como numa tela de repouso.

Esse depois tambem virou miragem,
transformado em cinzas,
que o vento levou para longe,
assim como carrega as folhas de outono,
que o rigor do tempo transformou em poeira.

Implacavel é o tempo. O ilustre senhor do caos.

Todo passo um dia cansa,
toda pele um dia enruga,
como a beleza não será para sempre.

Chega um tempo, em que já não faz diferença,
os sonhos terem ou não se realizado.

Há a frustração de quem nada alcançou,
e a decepção tambem de quem não conseguiu 
o que as conquistas proclamavam.

Frustração... decepção...
O que resta ao final é um tempo pesado,
lacrando vitorias e derrotas, 
fracassos, realizações,
assim como sonhos e desilusões,
 - tudo encerrado na mesma vala.

Niilismo ? Visão derrotista da vida ? 
Não e não !
Tudo tem o seu tempo,
e com o passar do tempo
é ao caos que tudo retorna.

A roseira não se frusta 
quando as rosas tiverem secado.
Nem fará novena para que voltem a florir novamente.

Ela reconhece o movimento da roda do tempo;
e quem tiver tambem alcançado tal compreensão,
não irá frustrar-se, tampouco decepcionar-se
ante o movimento implacavel do tempo.

É por nos apegarmos a um dos polos da polaridade,
que nos abatemos quando o pendulo atinge a outra margem.


MALFEITORES - VOCE CONHECE ALGUM ?


 O que for feito entre lamurias e resmungos
- audiveis ou não - será sempre mal feito.

Sem boa vontade...
 ( paz aos homens de boa vontade, diz o profeta ),
sem essa boa vontade e comprometimento,
tudo se transforma em dever, obrigação,
simples pauta de agenda a ser executada.

O verdadeiro malfeitor é aquele que faz o mal,
ao fazer mal feito o que faz. Estou equivocado ?

Negativa, não apenas seu proprio campo de energia,
como de toda circunvizinhança.

Ao jogar uma pedrinha num lago,
perturba, não apenas o ponto de lançamento,
pois as ondulações chegam até à margem oposta.

Fiquei refletindo para compreender
o verdadeiro significado do termo "malfeitor".
Não aquele definido pelo dicionario, pois parece obvio,
- não oferecendo qualquer dificuldade de entendimento -
mas o malfeitor mais sutil, sem parecer-se com aquele.
Em que nivel essa qualificação
atinge-nos a todos, sem qualquer discriminação ? 

Na ausencia da capacidade de animar-se,
- sejá lá o que se estiver fazendo -
não estaremos tambem nós, nos tranformando em malfeitores ?

Ao reclamar dos malvados do mundo,
qual o grau da minha maldade ?

Se não sou assim tão inocente,
porque bato o martelo para a malfeitoria alheia ?

O Hebreu tinha lá seus argumentos
ao desafiar a multidão a jogar o primeiro tijolo.

Moleque esperto !...

PS.  Aliás, voce teve noticia de alguem ter atirado o tal tijolo ? ! ...














quarta-feira, 4 de junho de 2014

DIALOGO ENTRE PATRÃO E FUNCIONARIA


- Lá onde eu moro, doutor, acontece muita coisa estranha
que o senhor nem queira saber.

Não é como aqui, onde as coisas são certinhas. 
A pessoa morre, é colocada num caixão e vai para o cemiterio.

De onde eu venho, doutor, não é assim que acontece. 
A pessoa quando morre, é enrolada num pano branco
e enterrada aos pés de uma grande arvore,
e todos dançamos felizes à sombra daquela arvore gigante.

E quando a arvore der frutos
nosso ente querido estará um pouquinho em cada um deles.
Estará lá, escondido dentro de cada frutinha.

Como vê, doutor, lá as coisas não são como são aqui.
E nós somos felizes pelas coisas serem assim.

Ele, confuso com a narrativa dela, questiona :
- Mas onde fica esse lugar tão estranho ? É aqui no Brasil ?
- Eu acho que é pelas bandas do Brasil, mas eu não sei
lhe explicar não onde fica.
- E como se chega lá ?
- Iche, doutor, é longe demais para poder lhe explicar.
É muito longe !

O patrão coça então a cabeça, sem ter a certeza de  
realmente ter ouvido aquilo.
Mas não podia ser sonho, nem estar delirando.

Suspirou fundo, tentando recobrar as ideias.
Até passou a mão pela testa, sutilmente, para certificar-se 
de não estar em estado febril.

Cismado, afastou-se,  murmurando baixinho para si mesmo...
arvore gigante ... arvore gigante !

Olhou ainda para tras para certificar-se da moça
não ser um fantasma.

domingo, 1 de junho de 2014

O CAOS DO MODELO MEDICO VIGENTE


Porque nossa criança está cada vez mais doente, lotando
hospitais, PS e consultorios ?
Porque as farmacias se procriam com mais presteza que a
rapidez com que se procriam as ratazanas ?

Já sai o nenê da maternidade medicado devidamente (divina),
preventivamente vacinado, orientado - mesmo assim ...
Continua depois o ritual de mais medicamentos, mais vacinas,
mais cuidados - mesmo assim ...

Olhando o cenario até com imparcialidade (é dificil),
questionamentos bailam na mente em busca de respostas, 
justificativas, alguma coisa, enfim, que decifre o quebra-cabeça
de cada vez mais doenças, apesar dos decantados avanços, 
de uma medicina com habilidades tecnico-cientificas cada vez mais aprimoradas, e, aparentemente, perfeita.

À medida que a medicina se aperfeiçoa, paradoxalmente, adoecemos cada vez mais.
Somos todos cada vez mais medicados, e todos cada vez
mais doentes. 
A perfeição por um lado, e a frustração do lado oposto.

Não faz tanto tempo que a criança nascia em casa atraves das
mãos de uma parteira talentosa. E a gurizada vinha forte
e saudavel. Desenvolvia-se perfeitamente apenas com leite
materno, algum chazinho e os cuidados maternos. Não havia
medicamentos, vacinas ou intervenções cientificas; e o medico
 parecia uma figura mitica devido sua raridade,  farmacias ...
que farmacias ?

Nem por isso, deixaram de sobreviver. Alias, ao contrario, pois
a piazada crescia forte, valente e saudavel, a despeito dos
cuidados cientificos da medicina quimica. Poucos necessitavam
da intervenção tecnologica para manterem-se saudaveis.

Foi exatamente com o advento da quimica que a raça
começou a degenerencia. A sabedoria popular teve que ceder
às evidencias cientificas da alta tecnologia da medicina
quimica.

O caos então se instalou, e nunca mais usufruimos as benesses
de nos mantermos saudaveis como os pardais ou as bergamoteiras.
A doença tornou-se endemica, tão natural hoje, como
 já foi manter-se saudavel em dias idos sem a intervenção de
elementos estranhos, da intervenção da quimica ou vacinações.

O caos se instalou, e com ele o sofrimento sem fim da perda
irremediavel da saude, da capacidade de manter-se bem sem a
necessidade da parafernalha da industria farmaceutica e
alimenticia.

O sofrimento se institucionalizou, avalizado por uma politica
equivocada, vizando, não a saude, mas a ganancia
dos grandes conglomerados da farmaceutica, que, para
obterem seus dividendos, somente às custas de cada vez
mais doença.

A nossa saude representa o fracasso deles. E seus acionistas não 
terão retorno dos seus investimentos. Lucro, portanto, para eles,
se faz às nossas custas, às custas de adoecermos.

É essa a razão por não haver prioridade na verdadeira prevenção
da saude : nunca atraves da quimica, sempre atraves de um
 estilo de vida saudavel.

É melancolico ver a profissão que carrega na lapela o
compromisso de promover SAUDE, esteja empenhada com a doença, totalmente dissociada do seu verdadeiro juramento.

Anarquia ... haverá expressão mais apropriada para definir o atual 
momento pelo qual passa o sistema medico vigente ?   A pessoa entulhando-se à exaustão com farmacos cada vez mais potentes
 (e caros), mesmo assim, não transformando o esforço e o 
consumo em saude, bem estar e equilibrio.  

 A confusão é geral, gerando medo, insatisfação, e, pelo  fato
do fim do tunel estar ainda distante, a pessoa se resigna,  
conforma e, por fim, se aliena. Persiste nos seus 
comprimidinhos coloridos, rezando por um milagre.

Incredulo, voce se questiona se este modelo medico foi criado
com o proposito de realmente promover saude. Voce está 
confuso, bem sei,  tambem estou.
 Venho de um tempo (e não faz assim tanto tempo) em que se
vivia melhor, e, sem duvida, mais saudavel.
O que se fazia naqueles dias funcionava, porque de repente
perdeu a eficacia, a serventia, seu valor ? 

Sinal dos tempos... tempos sombrios e inquietantes !