terça-feira, 31 de dezembro de 2013

É VIRADA DE ANO .... MAS NÃO PARA TODOS


Que importa que o ano não tenha te tratado de forma tão
acolhedora, com mais camaradagem e cuidado !

Talvez tenha te massacrado sem piedade,
 testando assim teus limites.
A resistencia interna é tributo de judiaria externa.

Cada ano é como um rio
 cuja margem oposta tem de ser alcançada.

Há aqueles, porem, que se perdem na travessia,
levados pela correnteza,
os infortunios da vida, o desespero, a desistencia.

E para os que chegaram,
novos desafios são lançados a cada ano que finda.
Não importa que o ano tenha sido bom ou não,
 abrem-se agora novas possibilidades
para refazer, consertar, ser feliz.

É essa sempre a esperança a cada novo ano que inicia.
E, mais que esperança,
reais possibilidades.

Pois, enquanto houver  disposição nas pernas
e boa vontade de espirito,
"o resto virá de acrescimo",
e "nada te faltará".

A promessa nos foi feita,
faz tempo !
e sua validade continua ainda vigente. 

 Quem sabe, valha a pena
testar sua veracidade,
nesse tempo novo
que está se inicializando.




 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

MUDAR ... PALAVRINHA INDIGESTA !


Mudar... palavrinha indigesta !
Quanta dificuldade nos impõe !
Quanto esforço para nos mantermos imunes,
resguardados das suas exigencias.

Por isso amamos a tecnologia,
respeitando seus avanços,
como substitutivo da incompetencia em dar conta
do imenso vazio interior
que não sabemos como preencher.

Caimos assim no conto,
da mudança ser possivel  pelo fascinio tecnologica.

Usamos, muitas vezes, o conhecimento cientifico 
para não mudar de verdade.
Será, contudo, à beira do precipicio,
não tão infrequentemente,
que o convite para um novo limiar de consciencia,
nos será concedido.

No entanto, nem sempre haverá tempo disponivel,
quando as prerrogativas estiverem já quase todas malgastadas,
 para alcançar-se a outra margem.

Agarramo-nos a falsos tabus de proteção,
cuja segurança, por fim, mostrar-se-á de todo inoperante.

O estilo de vida é o preço.
Mas esse preço nos parece alem da conta a ser pago.

Abrir mão das salvaguardas,
de tantos mecanismos de segurança, 
fica alem de qualquer proposito
mudar roteiros estrategicamente consolidados.

Afinal, tanto investimento
foi, precisamente, no sentido
 para que mudanças não fossem ser necessarias.  

Mas, quando,  por fim, a tragedia bater à porta,
e for entrando de forma barulhenta,
não é mais que um ultimato de mobilização,
sensibilizar-se para novos contextos,
aberturas para nos orientarmos por bussulas diferentes.

Entretanto, apesar do horror do sofrimento,
mesmo assim, nem sempre, a mudança será promovida.

sábado, 21 de dezembro de 2013

É NATAL .... MAS NÃO PARA TODOS


É natal
 Os sinos badalam festivos,
anunciando uma vez mais
que é tempo de magia e fascinação.

A atmosfera é de louvor, de irmanar,
esquecer diferenças,
apaziguar,
porque é tempo de celebrar,
em cordial confraternização.

Nem todos tem, no entanto, com quem confraternizar,
nem, tampouco, o que celebrar.

Enquanto uns cantam,
outros tantos choram.
Choram em silencio,
de cabeça baixa,
apertando os dedos,
perdidos em lembranças,
transformadas em saudade.

A desesperança é sempre o pior infortunio.

Talvez já tenha havido um tempo
em que se emocionaram tambem com Papai Noel.
Talvez já tivessem até brincado
num tempo em que o natal fazia ainda algum sentido. 

Desse tempo, contudo,
pouco ou nada lhes restou.

E a alegira de então
transformou-se em saudade,
transformou-se em tristeza,
um aperto doido no peito,
não mais que desesperança e desilusão.

É triste o natal
para quem não tem mais que lagrimas amargas
para celebrar a vinda do Papai Noel !

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

QUANDO O SECUNDARIO SE TORNA ESSENCIAL


Nos entulhamos com tanta coisa, 
cargas desnecessarias, bagagens superfluas,
incumbencias de toda ordem,
simplesmente para nos mantermos ocupados,
 passando a sensação de sermos gente respeitavel.

Comprometemo-nos com tanto, uma vida inteira,
com tudo aquilo que nos parece importante,
inquestionavelmente,
sem, contudo, nos darmos conta,
de apenas estarmos ajustados a convenções,
empenhados com o secundario da vida.

O controle que buscamos, parece manter-nos a salvos,
mas, em algum aspecto profundo dentro de nós mesmos,
damo-nos conta de estarmos perdidos, 
 inseguros, como quem se sente desnorteado.

Resistimos ao fluxo natural de tudo,
com a visão adaptada ao conteudo da doutrinação,
incapaz de ver outras paisagens,
janelas fechadas para outras realidades.

Queremos sempre estar do lado seguro da fronteira,
um territorio familiar, um mapa conhecido,
conhecendo todas as regras do jogo,
para não sermos surpreendidos,
flagrados pelo infortunio. 

Buscamos proteger-nos
pela segurança que os valores configuram,
como se a vida fosse possivel ser controlada
atraves dos codigos que determinamos.

Existe em nós um estranho temor
que, apesar de toda a cautela e esforço,
a coisa não funcione da forma como planejamos.

É, por esta razão, que buscamos nos proteger e segurar,
acumulando, conquistando,
construindo muralhas, fortificações,
onde possamos sentir-nos em casa.

Por fim, enfeitamo-nos de importancia,
porque perdemos de vista o que realmente importa. 
Buscamos fortalecer-nos com as coisas do mundo,
por termos abdicado do nosso verdadeiro poder.

Nesta jornada perdemos algo pelo caminho.
Terá sido o superfluo ?
Ou, quem sabe, não terá sido o principal ?
  



domingo, 15 de dezembro de 2013

O ESPELHO NUNCA MENTE


Ao encontrar-se com alguem que nunca sequer viu,
observe com atenção, com cuidado, o falatorio na cabeça
que se inicia imediatamente mesmo antes da saudação inicial.

Nunca vimos tal pessoa, mas quanta coisa captamos com
rapidez extremada.
A critica começa seu repertorio de forma inapelavel. Descobrimos
defeitos de toda ordem, julgamos, avaliamos, comparamos, emitindo um dossie completo sobre o coitado, e o que seguir-se,
em forma de relacionamento, se fará dentro desse contexto 
mental, dentro dessa avaliação inicial.

É por isso que se diz que a primeira impressão é a que fica. Isto é,
o que se pensou a seu respeito, assim que foi vista, será esta
imagem que ficará registrada na memoria, catalogada em forma
de veredito.

Concentramo-nos nessa avaliação mental, sugerida pelo que
os pensamentos nos informam a seu respeito.
E será em função dessa mensagem inicial que se estrutura a
forma de como iremos nos relacionar com ela.

A meu juizo, como conhecer alguem, VER alguem atraves
do pensamento ? O julgamento feito atraves da mente,
sempre se executa atraves de um mecanismo de projeção.
Dessa forma, o visto lá fora, no outro, é verdadeiramente
de quem ? O que vejo no outro, trata-se do outro ?

Se estiver atento, terá a percepção perfeita que está usando
 o outro para falar um pouco de si mesmo, das coisas que
ainda não se deu conta serem suas.

É essa a magia dos espelhos. Apesar de refletirem uma
 imagem virtual,
é, todavia, real o comunicado que nos apresenta.
O espelho nunca mente.

E são esses encontros casuais, de primeira vez,
que passam as mensagens mais autenticas daquilo que somos,
sem nos darmos conta que são auto-definições,
dados auto-biograficos.

Vale a pena estar atento da proxima vez em que encontrarmos
alguem, e ouvir com carinho o que desabonamos com
descarinho no outro. 


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A DESIMPORTANCIA DAS COISAS



A pessoa fica tiranizada pelas coisas
às quais empresta importancia.

Liberdade significa livrar-se de dar importancia às coisas.
Se nada importa, de que forma haverá sofrimento ?

Na verdade, nada é importante.
Fomos nós que damos importancia
ao que nos parece importante.

Mas temos que manter a seriedade frente às coisas,
mesmo sabendo a insignificancia de tudo.

Temos que esforçar-nos, a todo momento,
manter a seriedade,
a responsabilidade por tudo que se faça,
mesmo sabendo que todo esforço,
ao final, não conduzirá a nada.

Será com essa compreensão
que conseguiremos decifrar
a desimportancia da importancia da vida.

O cancer, o infarto, e tantas doenças fatais,
não são mais que a consequencia
 de tudo quanto se deu tanta importancia,
percebendo, por fim, a irrelevancia das coisas.

As coisas são importantes porque imaginamos que são.
A meu juizo, imagino que lhes damos significado
para dar significado à vida,
apesar de não haver sentido algum nessa percepção.

Mas por não termos esse conhecimento à priori,  
levamos a vida de tal modo,
como se tudo fosse realmente importante.
Será, dessa forma, que um dia descobriremos a verdade.

Portanto, viva como se tua austeridade fosse importante.
Como se tudo fosse realmente importante.
Se esforce, lute com determinação,
creia na importancia da tua sobriedade,
leve tua insanidade à serio,
tuas conquistas, valores e façanhas.

Não importa que um dia descubra a farsa,
a infundada importancia pela qual viveu a vida.
Quando o jogo acaba,
não há vencidos, nem derrotados.
Mesmo carregando o trofeu de um suposto triunfo,
verá, por fim, a desimportancia de tudo.

Quando estiver, por fim, alem das vitorias e derrotas,
somente então compreenderá que nada realmente importa.

Entretanto, mesmo sabendo que Papai Noel não existe,
nem por isso o natal
deixa de ter sua magia e o encanto que possui.


domingo, 8 de dezembro de 2013

O TUMULTO DO MUNDO NÃO JUSTIFICA MEU DESCONTROLE


Quem não espera, pode ser que não alcance,
mas, com certeza, não irá decepcionar-se tanto.

Se não for esperar por ninguem, se não for esperar nada, 
a decepção estará fora de qualquer evidencia.

Quando o outro colocar-se de forma descuidada,
perturbando o entorno por sua propria confusão interna,
se, nesse momento, estiver alerta, não deixando-me levar por pensamentos de reprovação e censura,
o tumulto do outro irá persistir,
 não perderei, no entanto, a calma, a serenidade e a paz de espirito.

Consigo imaginar
que a descompostura do outro
não é, de forma alguma, pessoal ? 

O transito caotico,
as pessoas indiferentes, sem apreço
o clima desfavoravel, calor em demasia, frio descontrolado,
a irritação generalizada, impaciencia coletiva,
desrespeito, agressividade, destempero - 
a não ser uma extraordinaria postura alerta, a nivel de mente,
não permitindo os pensamentos se imporem,
de forma critica, com censura ferina,
torna-se de todo impossivel conviver pacificamente,
ou, com um minimo de humanidade,
e equilibrio interior.

Ao perceber a mais leve perturbação emocional,
 qualquer situação externa que possa transtornar-me,
 é essa a hora da cautela, do cuidado,
da atenção implacavel para que não seja levado 
pelo fluxo do momento, interagindo de forma desequilibrada
aos desatinos do momento.

O tumulto do mundo é inerente à realidade.
É assim que as coisas são.
É assim que as pessoas são.
O clima, o transito, o descontrole,
a impaciencia de todos,
o destempero de tantos.

Mas, se esperar que as pessoas ou situações mudem
para que possa sentir-me bem, 
estarei eternamente na situação de vitima indefesa,
impossibilitado de colocar-me a meu modo,
por minhas escolhas,
auto-determinar-me.

Para tanto, é necessario estar atento a cada momento,
a cada oscilação do meio, para que o mundo interno não seja
tambem descontrolado,
oscilando de um lado para o outro
conforme o humor do meio.

Não tenho como ter controle sobre a realidade dos fatos,
mas o controle interno é da minha total responsabilidade.
E o maravilhoso disso, é que se trata de uma escolha.
De uma escolha pessoal.
Posso escolher deixar-me levar pelo tumulto do mundo,
ou manter-me calma ante o caos do momento. 

A plenitude está sempre ao alcance da mão,
a qualquer instante,
 mudando, simplesmente, a perspectiva mental.

Isso é da minha conta,
 e essa é uma boa noticia.

PS  Estou apenas passando a noticia, mas não estou, de forma
              alguma, insinuando que sega tarefa simples.
                   O mapa nunca é o caminho.
                      Mas já é alguma coisa !






















  

domingo, 1 de dezembro de 2013

QUANDO O ESPELHO SE QUEBRA


Ao criticar-te, terei a sensação que o que te falta,
me fará falta tambem.
E o meu julgamento me diz, diante dessa constatação,
que me será de pouca serventia.

Afinal de contas, necessito de alguem perfeito, 
ou muito proximo disso, 
para conviver comigo.

Ufa ! arrogancia pouca é bobagem !

No entanto, essa contestação perpetua-se,
até a pessoa não alcançar a compreensão,
que aquilo que exigimos do outro,
é exatamente o que nos falta.

Preciso de um espelho para ver meus horrores,
mas quando os percebo, lá, no outro,
falta-me lucidez para reconhecê-los como sendo meus.

Afinal, se os comprovo fora de mim,
e de que forma podem ter relação comigo ?
É por esta razão, que é o outro que é mal-acabado,
imperfeito, deficiente,
pois projeto nele meu mundo de mazelas,
minhas proprias limitações.

É essa visão equivocada, a mãe de todos os desencontros,
sofrimento sem fim, temores, inseguranças,
 no universo dos relacionamentos.

Torna-se impossivel viver uma relação com dignidade,
enquanto focamos no outro o nosso pior não reconhecido.
Exigimos do outro mudanças, transformações profundas,
exatamente aquelas que não conseguimos concretizar.

Todavia, não deixa de ser verdadeiro,
que basta uma pessoa, para duas viverem bem.

O relacionamento degenera, porque ambos estão confusos,
perdidos nas suas proprias historias,
atormentados por tantos fantasmas,
acusando-se mutuamente,
reclamando mudanças,
 que cada qual não consegue efetivar.

Acreditamos na quimera, que o outro mudando,
estaremos, por fim, assistidos,
em segurança, à sombra da modificação do outro.

Caso um dos dois compreenda o processo do duplo espelho,
sai, por fim, da ilusão da loucura acusatoria,
acolhendo o outro, colocando-se alem da visão enganosa
do reflexo dos espelhos.

Estará bem.
 É por isso que não terá necessidade do outro estar bem
para que possa ter paz, serenidade e equilibrio.

Deixará o outro quietinho,
 não irá importuná-lo com censuras amargas,
exigencias cujo criterio são suas proprias deficiencias. 

Quem vê suas proprias fraquezas,
acolhe com ternura e cuidado as dificuldades do outro.
Não o deixará acuado, na defensiva,
com tanta implicancia de protestos sem fim.

Não há, portanto, outro recurso,
 para um relacionamento perfeito,
 qual não seja que cada um faça  sua parte, 
 deixando o outro no seu cantinho,
sossegado,
para que ele tambem possa fazer o que é da sua conta.

Eu faço as minhas coisas.
Voce faz as suas.
É quando o espelho se quebra,
que saberemos, por fim, quem somos.