domingo, 28 de junho de 2015

PORRA, AGORA QUE ESTAVA A FIM ... SEU MERDA !


   "Alguem me ajuda, me solta, socorro ",
berrava a moça, enquanto era imobilizada
pelos braços musculosos do intrepido agressor.

Se contorcia, protestava, se debatia com toda força
que seu corpo lhe permitia,
tentando desvencilhar-se do inoportuno patife.

Mas ele a mantinha neutralizada, presa pelas costas,
apertando-a com energia contra seu proprio corpo,
como uma fera selvagem agarra sua presa
antes de transformá-la em sua refeição.

Ela conseguia sentir o odor carregado do corpo dele,
como nunca antes havia sentido o odor de outro homem.
Não era um corpo perfumado com artificios cosmeticos,
mas era o cheiro da natureza bruta,
assim como cheira o corpo de um homem 
sem os disfarces da perfumaria.

Alguns minutos mais tarde,
aos poucos foi diminuindo seu impeto,
não opondo mais tanta resistencia,
pois já não havia mais força disponivel
para continuar sua luta impetuosa.

Foi então, num tom lamentoso, 
quando as lagrimas renunciaram aos protestos,
que implorou pela sua liberdade,
que a deixasse ir,
e não lhe fizesse qualquer maldade.

Estranhamente, de todo inesperado e imprevisivel,
o marginal foi diminuindo a força
com que mantinha a moça presa,
até soltá-la por completo.

A moça permaneceu imovel como se esperasse
o proximo ato do seu algoz.

Ele tambem manteve-se quieto, 
braços caidos ao longo do corpo,
respiração tranquila,
como quem está no controle da situação,
cochichando por fim em seu ouvido :

- Pode ir embora, moça.

Enquanto isso, deu um passo para tras,
deixando o local do delito,
sem exigir-lhe qualquer recompensa ou retribuição.

Ela porem, impetuosa e impulsivamente, declara,
de punhos cerrados, em sinal de indignação
e clara frustração :

- Porra, agora que estava a fim ... seu merda !

Enquanto isso, o malandro já ia longe,
indiferente aos reclamos desesperados 
da excitada senhorinha.

Existe com frequencia
um comovente sim
frente ao resoluto não da mulher.

Nada de mal nisso.
É o jogo da sedução.