sábado, 29 de junho de 2013

A GRANDE AVENTURA DO DESPERTAR


 Que irá por fim fazer, quando descobrir que a velha verdade, pela
qual orientou-se por tanto tempo, pela qual tanto lutou,
 não passa de uma historia trivial ?

Assim como outras tantas, cuja legitimidade nunca questionou,
conferindo-lhes autenticidade pela simples convicção geral,
consenso comum, voz corrente. Dizem que a voz de todos é a voz
de Deus. Voce tambem compartilha com isso ?...

O merito da verdade, nunca foi posto à prova atraves de uma
constatação pessoal, onde a observação, por meio de uma analise cuidadosa, dará legitimidade, ou não, à afirmativa aparentemente inconteste. 
Nunca levantou duvidas quanto à veracidade da proposição.
Afinal, pode a unanimidade estar equivocada ?

Um dia, no entanto, a comprovação do engano. Verifica que
a velha verdade não se ajusta à verdade. O passo de todos,
apesar de compassado, certinho e unido,  não se ajusta
 ao contexto da realidade.
Não passa de uma opinião, uma premissa generica, de aceitação
coletiva, mas sem o carater da autenticidade, confirmada
pela evidencia dos fatos.

O equivovo, curiosamente, causa um estranho conforto, pois
é ratificado pelos demais. Se todos confirmam, então ?...
 quem sabe ?
 Dessa forma, não corre o risco de estar fora da fila, com passo
destoante, o que, alias, é
sempre um alto preço a ser pago.
Todavia, uma vez vista a luz, não poderá mais negá-la.
Torna-se responsavel pelo que viu. Não poderá mais fazer
de conta que nada testemunhou.
 A verdade traz sofrimento, inevitavelmente. Mas ao dar-lhe
as costas, compreenderá porque a covardia é um mal
maior que a ignorancia.

A luz sempre liberta, mas não nos salva da furia das
trevas. Uau !

A massa, passiva e inerte, que não questiona, nem
indaga, que simplesmente consente a opinião geral, o que é
pensado por todos, rebela-se furiosamente quando seu
modelo de inercia for contestado.
Não tem familiaridade com o novo. Carrega tanta velharia e
fardos, simplesmente porque é assim, lhe informaram que é assim, não conseguindo, por isso, livrar-se de tanto peso inutil.

O despertar sempre envolve sofrimento e dor. É o fim de uma
vida de alienação e inconsciencia. De aparente sossego. Do sono milenar.
 Terá agora que responsabilizar-se,
pois já não segue o passo pesado e monotono
 dos conformados, dos que simplesmente seguem, olhando a vida
pelos olhos de todos. 

Quem está com todos, certamente está alienado,
 extraviado de si mesmo. 

É por essa razão que há um grande envolvimento em continuar
adormecido no sono letargico da renuncia à liberdade.
 Refugia-se nos seus pesadelos, uma vida sem
sentido, apenas para livrar-se do desconforto do despertar.
Há uma profunda antipatia pelo despertador.
 Não é  mesmo ?
O sono estava tão bom... e quem foi o infeliz
 que me acordou ? !

Uma vez desperto, o sofrimento vem. Não poderá mais viver
por meio dos seus velhos padrões de segurança, pois terá que seguir seu proprio caminho, solitario, como o coiote das savanas.

O conhecimento assusta. Abrir mão de crenças caducas e inconsistentes, coloca a pessoa em estado vulneravel, como quem perde o chão, sem ter no que segurar-se. O nada parece seguro,
 é assim que regula a ilusão.

O despertar é uma benção, nem por isso  estaremos
livres da responsabilidade de tal feito. A vantagem é que agora
há liberdade de opção, autonomia, visão clara, auto-determinação.
Não serão mais a tradição, as convenções, "verdades" de 
emprestimo, de segunda mão, que determinarão o rumo, as escolhas, o mapa a ser seguido.

Começamos a ver, isto é, perceber alem; não como fruto da 
imaginação, ou consentimento unanime, mas como
algo diferente, real e concreto. Pisamos, por fim, em terra firme.
Começamos a saber sem saber como sabemos. Percepção
aumentada gerando um conhecimento silencioso, algo inacessivel, anteriormente, tornando-se finalmente disponivel.

 Liberdade é isso. 
É o feito supremo possivel de ser realizado.  
Não necessitar mais de comandos externos quanto a direção a
ser seguida; é como a criançinha que se solta da mão 
do pai para dar seus proprios passos, a seu proprio modo.

Já notou a faceirice da criança ante sua grande aventura ?
Poderá até cair, mas dará a minima para isso.
   



terça-feira, 25 de junho de 2013

QUANDO O AMOR CRIA DEPENDENCIA. AMOR ?


   Dava para perceber que o caminho era pouco transitado. O capim havia tomado conta do atalho, com dificuldade para
 visualizar-se a antiga picada. 

Ao lado de uma toiceira, entre hastes e pontas,seixos e pedras, um
lirio vistoso, de haste fragil, solitario, ressistia com bravura
 por entre o denso capoeiral.
De natureza tenra, mas robusto em sua motivação.

O passante, caso estivesse desatento, não teria a visão poetica
desse florescimento surpreendente, magico,  num ambiente tão
 inospito, de vegetação abundante, um mundo totalmente estranho para tanto brilho, suavidade e elegancia.

Ante a cena singular, inusitada, admirava a beleza do momento
em meio ao caos, maravilhado pela possibilidade daquilo
ser concebivel.

Por aí já não passa ninguem faz muito. O que um dia fora um caminho, uma passagem, não passava de uma mata rasteira, desordenada, numa profusão de plantas e arbustos de toda ordem.

Mesmo assim, a florzinha vicejava, ainda que não houvesse
 ninguem para apreciar sua beleza, para sentir sua fragrancia, ou
simplesmente para dizer-lhe  "olá, como estás linda, oh! criaturinha
dos charcos".

Notei que apesar da sua solidão, perdida num mundo tão confuso
e severo, em sua postura, não havia tristeza, nem, tampouco,
 sentia-se chateada por sua pouca visibilidade e anonimato.

Não sofria por sua situação aparentemente desfavoravel, nem 
havia lamentos ou pedidos de socorro.
Estava aí, indiferente a tudo, indiferente se alguem passasse
 ou não, para admirar seu brilho, sua beleza, e sua coragem. 

Continuava espalhando sua fragrancia, embelezando o mundo,
perdida num brejo, num aparente fim de mundo.
Continuava faceira da mesma forma, houvesse ou não olhos
para admirá-la, ou maravilhar-se com seu frescor e resistencia.

Pensei então no amor... no amor verdadeiro que, da mesma forma que a flor do brejo, tambem resiste, apesar da hostilidade do meio.
Esse amor não tem pre-requisitos para que possa existir. A pessoa
será amavel, mesmo que esteja só, pois não é o outro a fonte
do seu sentimento.

Não necessita de nada para senti-lo.
Não há necessidades externas.
Não há exigencias de qualquer ordem.
Pois, trata-se, alem de uma relação, antes um estado de ser.
Não é consequencia do meio, mas uma vivencia interior.

Quando o amor, para que possa existir, tiver que ser preenchido
 por alguem,  será isso amor ?
A beleza da flor é independente que haja alguem aí para 
admirá-la. Não depende dos cuidados de ninguem. Seu florescimento é livre. É da sua natureza existir daquela forma. 

Como ficaria a florzinha do brejo se dependesse de alguem
para notar sua beleza, ou para que pudesse existir ?
Quando a pessoa depende, a infelicidade tem inicio. Torna-se
escravo da situação, e o outro ganha poder.

Na dependencia, perdemos a liberdade. Perdemo-nos.
Como pode o amor acontecer onde existe dominio,  alguem
pertencer a alguem ?  Alguem necessitar de alguem ? Alguem
reclamar (exigir) o amor de alguem ?
Como poderia a flor acontecer se fosse depender de 
circunstancia qualquer para o seu florescimento ?

O amor que cria dependencia, ou que se transforma numa
 necessidade, pode isso ser amor ?
O amor que manipula.
O amor que subjuga, que controla.
O amor que se torna necessidade. Necessidade é reflexo de
 carencia, de ausencia de si.
Buscamos no outro o que não conseguimos viver em nós mesmos.
Isso é amor, ou apenas uma negociata, uma barganha ?

Damos, mas o chapeucinho sempre vem junto, escondidinho
 em algum lugar. Onde voce guarda o seu ?...
Queremos retorno pelo que investimos no outro. Somos
avarentos até no amor !

O que não encontramos em nós mesmos, não haverá
situação externa, seja ela qual for, onde possa ser encontrado.
Terceirizamos a felicidade atraves do outro,
 atraves do amor... tem certeza que é amor ?


   




sábado, 8 de junho de 2013

A NEGATIVIDADE EMOCIONAL



      Fatos, acontecimentos, situações, pessoas e eventos de
toda ordem, desconfortaveis e maçantes, tens alguma ideia
de como os atraimos ?
Ou tens a impressão que não és o autor , que
simplesmente aparecem porque o mundo está cheio 
de chatices e mediocridades ? 

Atraimos, sempre, por equivalencia emocional.
 O molde atraves do qual geramos a realidade, não é outra
 da forma como nos sentimos. Mais que um aforismo psicologico,
 é uma proposição matematica. Einstein o comprovou atraves da sua genial equação, onde energia e materia se correlacionam,
sendo apenas grandezas diferentes em lados opostos da equação.
O sentimento cria energia -  substrato para a realidade.

Reivindicar do mundo o que é da nossa total e inteira
 competencia e responsabilidade, reflete apenas o total desconhecimento das leis que governam a vida.

Diante dos reclamos, exigindo das pessoas bem
estar e conforto interior -  é de todo saudavel recolher o dedo em riste, sentar-se num mochinho, e refazer as contas. Dois e dois continuam ainda sendo quatro. É a lei se cumprindo com o
devido aval do mestre da ciencia.

Está ruim ? Vá caminhar. Produza endorfina. Modifique o
panorama interno. Assobie. Cantarole sua canção predileta.
Alegre-se, que tudo, como por encanto, se transformará.
Assim como sente, assim será. Sempre !

A qualidade da  consciencia determinará a vida que vai
 viver no momento seguinte.
A negatividade emocional, seja causada por um fator externo,
um pensamento, ou outra situação qualquer, bloqueia toda e qualquer forma de atitude positiva para livrar-se daquilo.

A postura negativa deixa tanto a mente quanto o corpo mais
pesados. Cria tensão interna afetando o corpo, que entrará em
estado de contração como mecanismo de defesa.
O fluxo de energia reduzido, determina prejuizos para o
funcionamento saudavel de todo o sistema. É assim que
adoecemos, mergulhando em depressões profundas,
perdendo o rumo e o significado da vida.

Não está compreendo o cheiro ruim que está sentindo ?
Perdoe-me a franqueza, mas tenho que dizê-lo. Não seria
talvez voce cheirando mal, quando supõe ser
 o mundo que está putrefato ?

A identificação com o medo e a perda de perspectiva mantem
vivo esse processo morbido atraves de um pensamento
inconsciente. Já não se determina, nem orienta-se por si
mesmo. A pessoa ainda está por aí, fazendo suas coisas,
 mas, faz tempo que abdicou da vida para tornar-se simplesmente
num vivente-defunto.












quarta-feira, 5 de junho de 2013

QUANDO SE FAZ MAIS POR SI MESMO


     Esteja atento para não tornar-se um peso para
quem caminha a teu lado.

Bem vê que a vida da outra pessoa não é mais facil que a tua,
nem por isso lamenta-se, fazendo cara feia diante dos pequenos
contratempos que, afinal, fazem parte do dia a dia.
Faz o possivel para não sobrecarregar-te,  para que não sejas afetado pelas dificuldades momentaneas pelas quais está passando.

Se puder, seja uma boa compania, apesar tambem das tuas 
inquietações passageiras, do humor nem sempre agradavel,das
vacilações, do desanimo, da tristeza.
Se tentar, verá que é possivel, e isso acabará transformando-se
num exercicio valioso de bom relacionamento, e de estima pessoal.

Quem não espera pelos outros para estar interiormente
confortavel, descobrirá que é capaz de fazer
 mais por si mesmo. Encontrará um manancial abundante
ao seu dispor para enriquecer cada momento
da sua vida.

Não prefira a proteção à tua propria liberdade.

E não será jamais pelo desespero que as coisas acontecerão
magicamente, nem os lamentos chatos e cansativos
 modificarão os fatos que tumultuam. 

Quem não espera pela ajuda, ou o apoio das pessoas, tem
mais disposição, tornando-se uma compania agradavel, e
com quem é sempre bom conviver.

Já se deu conta que por onde o resmungão passa, com
essa cara, sempre de mau humor, a atmosfera pesa,
como se o ar fosse faltar ? 

Sempre existe uma forma que seja mais facil para caminhar.
Descobrir isso, suaviza a vida, e torna os problemas
mais faceis de serem resolvidos.

  - O bichinho de estimação fez cocô onde não devia ?  Limpe, mas
sem alarde, sem resmungos, para que a alma não se emporcalhe tambem pelo humor azedo.
 É sempre  possivel deixar tudo em ordem, com cheirando 
agradavel, de limpeza,
sem enrugar a cara, ou azedar o espirito. Não é verdade ?

Entretanto, não faça pelo reconhecimento dos outros, atraves de renuncias e sofrimento. Se não puder estar aí de boa vontade,
 com disposição animada, 
que não seja pela vaidade, ou por hipocrisia.

 Mais tarde descobrirá que a semente da
 frustração é esse desejo de acudir os outros, em busca de
gratidão e reconhecimento, que, no entanto, dificilmente terá.

Ficará então amargo, dizendo que as pessoas são más, ingratas,
mal-agradecidas por tudo que fizeste, pelo teu 
envolvimento e tantos sacrificios. No entanto,
mantens resguardado em segredo que a nobreza do teu ato,
 não foi de abnegação, mas algo parecido
 como uma  transação comercial ( somos todos bons negociantes 
quando trata-se de ajudar os outros. Damos, mas com o chapeu
na mão ).

Do fundo da tua carencia estiveste, em verdade, buscando apoio
e consolo para tuas proprias mazelas internas, colocando uma
pomadinha na ferida do outro, esperando que as tuas fossem,
da mesma forma, bem cuidadas.

Pouco, muito pouco tens feito por ti mesmo. Estiveste demais envolvido em satisfazer as necessidades de tantos. Enganaste-te quanto a amar o proximo como a ti mesmo, esquecendo
 de amar-te acima de qualquer coisa. 
Quem se ama incondicionalmente compreenderá os limites
de um mundo falho, imperfeito e humano. Não irá culpar
 ou criticar, nem, tampouco, querendo modificar ninguem. 
Compreende a dificuldade de alcançar o entendimento
de si mesmo, pois foi este sempre o seu proposito. 

As cruzadas malucas para salvar o mundo, não são mais
que a dificuldade para encontrar-se a si mesmo.
Manter a casa asseada, é tarefa de todo dia, atenção
e esforço continuados. Não terá tempo para ajeitar a casa 
do mundo.
Quem cuida de si, compreende a necessidade do outro cuidar-se
de igual forma. Não irá interferir no seu aprendizado.

Por fim, porque andar em bando ? Siga teu proprio caminho.
 Não será mais
facil, porem, certamente, menos tedioso.
Terá assim mantido a alma integra,  ainda capaz de 
determinar-se por si proprio.