domingo, 13 de janeiro de 2013

A REBELDIA DA AUTO-DEFINIÇÃO


           Sabedoria é poder. Não há quem duvide. O saber nascido dos fatos, das experiencias, vitorias e derrotas do longo caminho percorrido. 

  Caminhos intrincados, incertos e não menos complexos, mas trilhados sempre com a maxima persistencia e obstinação.

   Na avaliação final da historia, terá a pessoa alcançado a compreensão que foram a tenacidade e a firmeza de propositos que fizeram a diferença. 

   Não foi o resultado que deu significado à jornada, mas a jornada em si. A evolução em nivel de consciencia, o crescimento interior,
o sentimento de liberdade e autonomia, a convicção de si.
Os ganhos e as perdas se perdem no tempo, mas aquilo não passa.

  E o que passou, torna-se irrelevante, conta apenas na agenda da vaidade e auto-importancia, ou no inventario das frustrações. O que não passou, transformou-se em poder, em habilidade para lidar
com os enigmas da vida.

   Não são os eventos que determinam o valor ou o merito do incidente, mas a forma de como superou as provações. 
Os desafios não são outra coisa que a iniciação para outras
esferas, planos onde a frequencia vibratoria permite o reconhecimento de si proprio. Saber, afinal, quem somos.
Não é esse o maior desafio ao qual somos todos chamados ?

 A superação é a habilidade humana para irmos alem das dificuldades e privações. 
A desistencia determina a paralizia psiquica, que condiciona
o conformismo, a covardia e a acomodação.

O caminho é solitario e penoso. A força do rebanho é efeito da
desistencia pessoal. O bando forte é consequencia da fragilização
individual, da incapacidade de um posicionamento inflexivel e
coerente.

  A ovelha que abandona o rebanho, não é mais orientada pela
consciencia do grupo. Individualizou-se. Transformou-se nela
propria. Estará, com certeza, sujeita a toda sorte de aperto e
ameaças, mas é exatamente isso que lhe dará poder,
 transformando-a  num elemento diferenciado, com capacidade de explorar o mundo, porque tornou-se atento, astucioso e desperto.

Abdicou da segurança do coletivo, da fileiras do recrutamento,
as formalidades da liga, do partido, do agrupamento. Não carrega bandeiras, nem conhece fronteiras, tampouco bate continencias. 

Não se confina em limites estreitos que aglomeram ou reunem .
Ao não render-se às forças  do corporativismo, não sentirá
necessidade de buscar guarida em agremiações como salvaguardas
para sua debilidade.

 Sem a fragilização do individuo, não haverá rebanho.
A rendição atesta o fracasso pessoal, mesmo que com isso torne
a instituição fortalecida. Ela irá alimentar-se e transformar em poder, esse mesmo poder que negou-se a si mesmo. 

A pessoa não é o grupelho, a insignea que carrega na lapela como
auto-identificação. As honrarias obtidas por pertencer a esse ou
aquele bando, apenas evidenciam a falencia pessoal. Desistiu de si
proprio para aparentar importancia que o grupo lhe confere.
Traiu-se por um punhado de privilegios.
Limitou-se para evidenciar o meio. 
O anonimato é o atestado de descredito, e a inabilidade de honrar 
os propositos da sua singularidade. 

O poder é pessoal e sua conquista é intransferivel.
Assumir-se, é a condição irrevogavel para a emancipação e o
auto-governo. Sem esse cuidado, não há como conduzir-se sem  olhar para os lados, nem ousadia, nem resolução.

 Ser rebelde no que conserne aos designios e propositos da
 sensatez das decisões pessoais. O ponteiro da bussula direciona
nesse sentido.
Não submeter-se ao que não tiver coração, mesmo que a
 escolha leve  por caminhos mais penosos e indigestos.

Não são, acaso, as adversidades mais medonhas verdadeiros ritos de passagem ? Sem se pôr à prova, não há como acumular poder.
Para ter conhecimento da substancia de que é feito, terá de passar
pelo fogo das tribulações, pequenas ou grandes, e, para tanto, terá
de tratar de tudo voce mesmo.

  Se quer saber o que é o poder, e se quiser armazená-lo, terá de confiar em si mesmo, seguir, apesar dos contratempos, tendo a
consciencia que é esse o ritual.

  Não há, todavia, o que temer, pois nunca estará sozinho, apesar de
seguir por caminhos solitarios. 
Nunca estará só se não tiver cedido o poder e dignidade ao
que quer que seja.

  Extrair a força pessoal do agrupamento forte, não faz mais que
apequenar, fragilizar, e levá-lo a uma posição de descarte permanente. Pois, quem já descartou-se a si mesmo, por falta de
idealismo e auto-deferencia, transforma-se, instintivamente em
expurgo humano.

  Solitario, sentir-se-á vulneravel, sem garantias ou qualquer forma de imunidade, será, contudo, dessa fragilidade que extrairá seu poder, sua autonomia, o criterio e a convicção de si proprio, a
sensação que é uma criatura de sorte.   

E quando o medo surgir, é o sentimento dos que seguem rotas
pouco trilhadas. A ovelha solitaria sentir-se-á indefesa, não
 mais sob o teto do rebanho protetor. Será, entretanto, desse sentimento, que obterá as estrategias de poder e astucia.  
Caminhos seguros são para os fracos de espirito, daqueles enfileirados, que reverenciam o status quo, o senso comum, o
determinismo do bando.

A força que se busca fora, expõe as mazelas do espirito.
O caminho da maioria, não é, com certeza, o caminho da 
auto-determinação, da emancipação individual.

  Tão somente os destemidos compreenderão, um dia, os
misterios dos desafios da vida. Olharão então para tras, e terão
a certeza e o entusiasmo do quanto tudo valeu a pena.

     


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