terça-feira, 30 de abril de 2013

O IOIÔ QUE A VIDA IMITA


Quer tirar algo da cabeça, algo que queira esquecer ?
Algum assunto que retorna rotineiramente, pensamentos falando sem cessar na cabeça, tornando-o cansativo, verdadeira perturbação, e sem controle algum sobre aquilo ?

Como livrar-se desse ruido mental desgastante, desses
 pensamentos que trazem de volta, a cada momento, situações de
vida conflitantes que não foram elaborados a seu
 devido tempo ?
Momentos de vida embaraçosos onde ficamos emperrados,
impedidos de seguir em frente com naturalidade, sem o peso
das circunstancias onde, em função do sofrimento, sentimo-nos como sequestrados dentro daquela condição.

Queremos esquecer. Precisamos esquecer. Soltar-se do galho
onde o paletó prendeu enquanto passavamos por aí. 
Esforçamo-nos para seguir em frente, todavia algo nos segura, 
impedindo o passo, e emocionalmente desgastados.

A trama retorna a todo instante, como o movimento de uma roda que gira sem parar, sem, no entanto, sair do lugar. A pessoa vê-se dominada como peixe na rede, não encontrando saida
 para livrar-se da cilada.

Para esquecer, basta não lembrar. E a lembrança faz-se em
função do pensamento. Portanto, sem pensamento, não há como
trazer de volta à consciencia qualquer tipo de recordação.

Relembrar, isto é, pensar outra vez sobre aquilo, dá força ao que
se quer esquecer. Querer tirar algo da cabeça, mas continuar  pensando sobre aquilo, reflete o total desconhecimento de como
a coisa funciona.

 O pensamento vem, e por estarmos desatentos,
permitimos que o filme rode novamente na tela da mente. 
Ou, dizendo de outra forma. Quando as imagens retornam, em forma de lembrança, se a pessoa não permitir que a cabeça
continue falando sobre aquilo, o roteiro aos poucos será
desativado. E o passado ficará no seu devido lugar, sem
contaminar esse momento, sem perturbar o que está aí agora.
No instante em que os pensamentos voltam novamente a
encenar o drama, retire-os de cena, feche o palco, mantenha o
silencio na cabeça. Ou então, substitua as imagens mentais por
outra coisa qualquer. Preste atenção ao canto do passarinho, à
sua respiração, à musica que está tocando, ou ao que quer que
 seja, pois recordar, não resiste ao efeito aniquilador da atenção.
Quer esquecer ? Aquiete a cabeça. Desvie o olhar, troque de
canal, vibre em outra frequencia, cantarole sua canção predileta,
ou preste atenção às pessoas que passam. Qualquer coisa serve,
e funciona sempre.

Sem pensamento não há lembrança, não há como voltar ao
 passado, a não ser em forma de devaneio fantasioso da
imaginação. Recordar, não significa viver aquilo novamente,
como diz a canção popular. 
Caso tente, sofrerá. 
Sair desse momento, atraves do pensamento, e deslocando-se 
para o que já passou, haverá perda de energia.
É por isso que se diz que, sem pensamento, não há sofrimento. 

O processo é simples, apesar de inicialmente parecer complicado,
pois o drama está estruturado, tomou conta, conquistou cadeira cativa no espaço mental.  Mas se mantiver a queda de braço, o
drama irá desestabilizar-se, perderá força, porque a pessoa
 tornou-se vigilante. Está atento ao falatorio na cabeça.
A atenção não permitirá mais os caprichos da mente, que tiram o
folego e o norte de qualquer vivente.

Escolha por si mesmo seus convidados. Não se dê ao luxo de 
conviver com visitantes metidos e inconvenientes.
Esteja alerta. Não entre nessa coisa de corpo mole, permitindo a
cabeça dirigir o rumo seus passos. 
Redea curta. Faxina mental. Casa limpa de todo e qualquer
poluente que infesta e emporcalha o ambiente da vida.

Cabeça limpa. Autonomia mental que condiciona liberdade de
espirito e percepção ampliada nas decisões.
Em sentido contrario : congestão mental, trafego confuso, sem disciplina, sem governo central -  não há outra possibilidade
 viavel, frente tamanho descontrole e confusão,
que não seja o caos e a anarquia.

A vida, com certeza, não necessita imitar o ioiô  :  às vezes por
 cima, às vezes por baixo, e outras tantas vezes enrolado. 








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