segunda-feira, 16 de abril de 2012

ETERNAMENTE AGORA

                       A graça das coisas boas é essa. Não duram.
          Os bons momentos são passageiros, efemeros, fugidios. É por isso que são
apenas momentos, momentos que passam, passageiros apressados.
       E para onde vão a seguir, apos terem passado ?
              Folhas que o vento leva. Folhas que desaparecem, se perdem, dissipam.
       E, quem sabe, para onde vão as folhas que o vento leva ?
                     Bons momentos. Breves momentos. Será que é por isso que se parecem eternos ? Eternos porque não duram ?
             Seria a eternidade retida na brevidade de um momento ?O bom parece eterno
e talvez seja por isso que não dura. É essa a graça e o paradoxal de tudo o que é bom.
Se fosse para sempre, seria bom do mesmo modo ?
       O eterno contido no efemero de um momento fugaz. É por isso que os bons momentos são apenas lampejos do que é permanente.
          O eterno é sempre agora - o eternamente agora - e está exatamente aqui, no efemero de tudo que passa e se desfaz continuamente.
              Castelos de areia. Folhas ao vento. Sonhos que se vão.
 Voce sabe para onde vão os sonhos quando acabam ?
                  Como entender o eterno se não compreendo o transitorio ?
O inesplicavel movimento das coisas, daquilo que passa sem passar.
            Já percebeu que a agua corre mas o rio não passa ?
   E nós o que somos ? A agua que corre ou o rio que não passa ?
     Somos o que fica ou aquilo que se vai ?
           O eterno é assim. Ele vai,mas sempre fica. Será por isso que é eterno ?
  O efemero é somente um breve instante dentro do que é permanente. Desse modo
o que passa tambem é eterno.
      Confuso ? A confusão é apenas um momento de certeza, pois se não houvesse duvida, como poderia haver convicção ?
   O não é sempre um pedaçinho do sim. A negação sempre confirma.
             É por isso que o nada é a expressão maxima do todo.
    Completada a volta, estaremos novamente no mesmo ponto. A chegada e a partida
não são excludentes. Não são polaridades opostas. Apenas ilusão de otica dentro
do tempo que passa mas sempre presente.
                    O eterno circula, gira, passa, retorna, sem nunca se deslocar.
      Para onde vai quem não está indo para lugar algum ?
           O tempo e o espaço, representantes do que não passa, dentro de um espaço
que não existe.
                           Voce sabe onde está ?
                Se souber, saberá tambem quem é esse que está aí.
            Ambas as proposições se incluem e complementam.
    O eterno é isso. A efemeridade desse momento fugaz que não passa.
             Ele passa, mas paradoxalmente está sempre aí. Compreendeu ? Não ? Então
está tudo no seu devido lugar, porque no momento em que não se compreende nada,
começa finalmente a verdadeira compreensão.
                        
                            

Nenhum comentário:

Postar um comentário