domingo, 19 de janeiro de 2014

MARIONETES HUMANAS E OS COMANDOS MENTAIS


O que percebemos atraves da visão, passa a ideia que o
mundo é tal qual como percebido.
Essa percepção, no entanto, cede à medida que o falatorio na
cabeça começa a ceder.

O que falamos, internamente, sem cessar, e, no mais das vezes, sem nos darmos conta, é isso que determina o que vemos no mundo,
confirmando, dessa forma, a falacia mental.

A ideia que se tem da vida, é consequencia dessa balela interna.
Aquilo que falamos, na cabeça, cria a ordem do mundo. E para que
essa realidade seja mantida, a ideia tem de ser sustentada.

Portanto, a realidade concreta, vivida no dia a dia, com suas 
dificuldades e embaraços, não é real, mas, simplesmente, a projeção do conteudo mental para a tela do mundo.

Ao silenciar esse monologo interno, cria-se um subterfugio para
cancelar a visão do mundo, a ideia que se faz das coisas.
As informações dadas pela mente proporcionam um relacionamento com o elemento da descrição, e é assim que o mundo de cada 
um mantem-se de pé.

E ao desligar os relatos da cabeça, é como apertar o botão
do stop do aparelho de som. Desvia-se, com isso, pois o comando para a ação é dado por aquilo que se ouve. 

A modificação do comando, altera a ação. Deixa, assim, de fazer o
de sempre, modificando, com isso, o comportamento.
O molde que cria a realidade, não é outro que o modelo mental,
onde situa-se o foco da atenção, o qual é
determinado pelo pensamento focado.

Somos como marionetes ligados aos fios invisiveis dos comandos
mentais, a forma como aprendemos a ver como
a vida deveria ser.
E ao desviar a atenção desses focos rotineiros, atraves do
silencio interior, reduz-se a importancia daquilo, até 
desfazer-se completamente. 
Isso significa desfazer o mundo no qual se viveu até então, dando
inicio a uma nova realidade, confrontada com o novo foco.

A realidade é sempre consequencia no qual a cabeça 
está focalizada. A cabeça informa, e a realidade se cria.
De tanto que nos concentramos na conversa fiada vinda de
dentro, a materialidade se amolda àquilo, e o ponto de vista
se faz real e nos transformamos naquilo.

Mudando o foco, o mundo se modifica.
Há necessidade, no entanto, de persistencia no novo foco para acumular poder pessoal suficiente e sair da influencia do
movimento anterior.

Abrimo-nos para uma nova visão do mundo atraves da
mobilização da atenção para desfazer o comando vigente. 
Não é tarefa simples, pois abrir mão do roteiro  interno, das salvaguardas de segurança que nortearam a vida
 até então, somente mediante muita coragem e determinação.

Funcionamos normalmente no centro do racional, exclusivamente,
não importando quem sejamos. Pois é pela razão que explicamos
o mundo, surgindo dai sua importancia.

Ao desviar a atenção da mente, cujo movimento se faz pelo
pensamento, é como sair do fluxo da razão, desfazendo-se assim
 a visão natural do mundo, a vida vivida até então.

A mudança é possivel, mas não sem silenciar o falatorio
infernal da cabeça a que somos submetidos continuo
e incessantemente. 

O silencio cria o que buscamos com tanto tumulto.




    

2 comentários:

  1. Afinal, querido Claudio Rhein... és um Médico Filósofo... ou um Filósofo Médico? Texto profundo e encantador! E isso que estás *apenas tentando causas e mecanismos! Nossa! Te admiro! Parabéns! Continua! Beijos! Eliana

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  2. Afinal, querido Claudio Rhein... és um Médico Filósofo... ou um Filósofo Médico? Texto profundo e encantador! E isso que estás *apenas tentando causas e mecanismos! Nossa! Te admiro! Parabéns! Continua! Beijos! Eliana

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