De repente, acabou.
Acabou assim, sem aviso previo, e pronto !
Acabou como tudo acaba um dia.
A flor se desfaz, as petalas caem e fica o vazio.
Ontem havia beleza, um perfume discreto no ar,
poema em forma de cor,
palavras com cheiro de graça.
Agora o silencio. O silencio do vazio.
Silencio ruidoso feito de imagens passando em camera
lenta e sem som. Vida em suspenso.
Imagens passando lentamente em forma de memoria.
Uma evocação.
Filme mudo que perdeu a graça, mas não perdeu
o sentido nem o proposito.
O encanto se perdeu. As petalas murcharam. O que
era flores se tornou lembrança.
Os fios que davam sentido se desfizeram,
afrouxaram, romperam.
As janelas fecharam, cortinas puxadas, e uma
penumbra espessa, pesada, solida se fez senhorio.
Do lado de fora os passarinhos ainda cantam,
no entanto, quem irá escutá-los estando a casa
agora em silencio ?
Passarinho tambem sente saudade do tempo
de portas e janelas abertas ?
Seu canto continuará ainda cheio de musicalidade
e significado tal qual era naqueles dias ?
Passarinho talvez não se importe,
mas quem sabe....
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