domingo, 26 de agosto de 2012

A DOENÇA COMO CAMINHO DE LIBERTAÇÀO


                         
                    Qual será afinal o verdadeiro motivo, o real significado para a massa de sofrimento, em forma de perdas, enfermidades, danos de toda ordem, carencias e fracassos que, desde sempre, andam juntinhos, acompanhando de mãos dadas, para onde quer 
que a pessoa vá ou o que faça ? 

     Pelo fato de praticamente ninguem  estar imune ao seu efeito, deve o sofrimento representar um importante papel na vida de cada um. Afinal nada é por acaso,  ou deixando de ter uma função, um
objetivo especifico quanto manifestação. 

       Vamos dar uma olhada, com mais cuidado, na polaridade doença  versus cura e tentar compreender, num nivel mais apurado, as forças  que se encontram em jogo.

       A doença tende sempre a nos remeter para uma conexão, num
nivel mais profundo, com nossa essencia, com aquilo que verdadeiramente somos, no entanto desconectados.

         Cura é conexão com essas camadas mais profundas , tanto no nivel psicologico, quanto nos corpos fisico e emocional.

                      O campo de energia terá de modificar sua frequencia para alcançar a vibração necessaria que produz as mudanças que existem no espectro da consciencia. Niveis diferentes de vida tem 
a ver com niveis diferentes de energia, que, por sua vez, tem relação com outros niveis de compreensão. Com mais compreensão assumimos com responsabilidade questões internas não elaboradas,
ao inves de simplesmente nos defendermos delas, culpando os outros, o passado, fatos ou situações em que nos sentimos vitimas ou mesmo injustiçados.
                              Nesse novo nivel de percepção ocorre uma alquimia pessoal, uma transformação, uma mudança de posição do ponto de aglutinação da consciencia. Esse processo de transformação de consciencia abre caminhos internos de liberdade e auto-realização nunca antes alcançados.

                A verdadeira função da doença é a de alcançar niveis de
vibração de frequencia superior, onde a necessidade de julgamento
ou critica vai cedendo gradativamente espaço para uma compreensão mais ampla e apurada do verdadeiro sentido da vida.

       A doença nos convida a olhar para dentro de si mesmo,  ao inves de simplesmente buscar soluções externas para se ver livre do
sofrimento. A enfermidade é, de certa forma,  um tropeço para nos
alinharmos com uma nova forma de caminhar. Desse modo, encontraremos luz na escuridão da doença. A gente se perde mas
acaba se achando em novos caminhos. 

             Resistir ou apenas buscar soluções temporarias, nos levará 
a escolhas que produzirão apenas mais sofrimento. A doença, dessa
forma, não terá cumprido com sua verdadeira função. Pelo temor, ou mesmo desconhecimento da necessidade de olhar para dentro, encarar  bloqueios, o vazio interior asfixiante, se refugiará então em soluções faceis e rapidas, abortando o processo.

              Buscamos no mundo a solução para o medo de não sentir-se aceito. Precisamos nos reafirmar constantemente atraves de uma
validação externa, alimentando-se com o reconhecimento e admiração alheios. Por não sentir-se seguro, pois a conexão interna está desfeita, volta a consciencia para fora.

        Toda uma vida pode se estruturar dentro desse movimento, sem a pessoa ter consciencia disso. Como percebe, é um caminho que não leva a lugar algum. As coisas do mundo não podem saciar
nossa necessidade de paz e serenidade. Por isso a doença, ou qualquer outra situação que visa romper essa estrutura ilusoria. Seja
a perda de alguem querido, um fracasso nos negocios, uma
decepção barulhenta etc, tudo enfim, que traga um grande sofrimento, brecando a vida abuptamente, sem aviso previo.

        Enquanto buscar, no mundo externo, fatos ou situações que preencham seu vazio existencial ou sua sensação de asfixia interna, a pessoa estará encolhida num estado de paralisia constante,
perdida, seguindo caminhos que apenas produzem mais inquietação,
medo e frustração. Sente-se cada vez mais sem proteção e sem saida.
                E como oculta isso de si, por desconhecimento ou conveniencia, terá de encará-lo atraves do sofrimento. A doença
encarna, portanto a solução que não quis encarar conscientemente.

         Sem olhar para dentro, para as trevas do mundo interior
negligenciado, trazendo-as para a luz do entendimento, não há como nos livrarmos das garras de cada vez mais sofrimento.

            Não é por fugirmos do caos central, que ele deixará de estar
aí. E quanto mais retardamos a verdadeira solução, nos afundaremos mais e mais em estrategias inuteis e vazias de um
verdadeiro significado.

       A doença, ou qualquer outra forma de sofrimento são apenas instrumentos para pararmos de resistir ou lutar contra o medo e toda forma de inquietação originadas por buscarmos, obstinadamente, nos resolvermos com soluções paliativas e superficiais.
                         A necessidade de amor e segurança não serão mais
buscadas na aprovação ou reconhecimento por parte dos outros.
Enquanto confundirmos amor com sermos admirados pelos nossos
feitos, estaremos ainda distantes da verdadeira solução.

           Como não vai para dentro em busca desse amor e proteção,
irá se esforçar cada vez mais para estar em evidencia, adequar-se
ao mundo para não sentir-se rejeitado. Refem desse reconhecimento, busca segurança na unica forma que conhece.

                Confia no julgamento dos outros, agendando sua vida nos desempenhos externos e não pela qualidade do seu ser. Mas a estrategia não cumpre com suas promessas, pois, mesmo assim, não
encontra alivio para seu sufoco e confusão. Aliás, a coisa se torna
cada vez mais insustentavel, como panela de pressão, aumentando
cada vez mais o desconforto e a descompensação interna. 

      Afinal, qual não seria a causa de tanta irritabilidade, pressa e
insanidade a não ser esse desencontro consigo mesmo, o descompasso a que se lançou ao buscar  salvaguarda em ambitos
impossiveis de serem encontrados.

          A recusa de seguir por outros caminhos, abandonando a necessidade de controlar o meio com desempenho, irá apenas
gerar mais desconforto, até o ponto do equilibrio fragil ser rompido,
transformando-se em doença, ou qualquer outra forma de martirio.

      O sofrimento é apenas um estagio no longo desenvolvimento e
desdobramento da consciencia, onde irá finalmente abrir mão de
toda forma de salvação exterior, das estrategias cuidadosamente
elaboradas como mapas de orientação.

             De repente o ninho se desfaz; caminhos misteriosamente
se fecham e as soluções de ontem já não equacionam como
sempre fizeram. Sentir-se-á desorientado,perdido, sem rumo.
Terá que buscar novas acomodações talvez não tão confortaveis,
mas com certeza mais espaçosas.

            O sofrimento gera um novo nivel de energia que irá criar um lugar para acomodar essa nova percepção de uma consciencia amplificada. Lançado no caos e no medo, renasce numa dimensão
diferenciada, modificado internamente.

       Viverá agora ancorado no seu mundo interior, fazendo apenas o que lhe trouxer alegria, relaxado, sem tensão nem medo e confiante na vida. 
Finalmente os milagres começarão a acontecer com naturalidade, 
sem mais o esforço que ditou sua vida até então.

    A bergamotinha sempre amadurece sem  esforço algum. E quando conseguirmos ser como a bergamotinha é, finalmente teremos descoberto talvez o maior segredo da nossa vida. Tudo acontece a seu devido tempo conforme tem de ser. Natural e silenciosamente.

      Livre da necessidade da aceitação dos outros para sentir-se bem
pois está agora conseguindo alimentar-se de si mesmo; não mais sob o efeito do modelo de dar para receber, de submeter-se servilmente
para encontrar um espaço onde possa sentir-se bem. Já não terá necessidade de parecer doce ou simpatico em função da auto-negação, pois superou em si a carencia que o motivava pela aprovação e reconhecimento vindo do mundo. Autonomia interna.
Reconhece-se a si proprio, fonte do verdadeiro amor e auto-estima.

       Sob o efeito dessa nova percepção, velhos padrões de raiva, medo e duvida deixarão de estar no comando. Essa nova consciencia desacomoda o que parecia obvio, e uma nova parte da
gente alcança a consciencia. É a parte que ama a verdade ao inves
do poder e controle. E fluxos espontaneos de sentimento e intuição,
antes reprimidos pelo velho padrão, virão à tona.

       As doenças são apenas o reflexo dessa energia reprimida e
sufocada, que vaza para o fisico em forma de desequilibrio e
desfunção.
                     A espontaniedade é recuperada quando se dá conta do que realmente sente, em vez daquilo que supõe que deva sentir.
A integridade retorna ao tomar contato com os verdadeiros sentimentos e emoção, não mais tendo que reprimi-los pelo medo
do julgamento e avaliação dos outros.

          Dessa forma, libertamo-nos do medo e da necessidade de
buscar fora o que existe em abundancia dentro de cada um de nós.

     Somos seres extraordinarios mas tão poucas vezes temos
consciencia disso. E é exatamente a doença que nos remete para
aquilo que verdadeiramente somos. E do fundo do inferno encontraremos os caminhos da paz e da liberdade.

          Não é a doença afinal, ou toda qualquer outra forma de sofrimento, uma verdadeira benção para todo estado de bloqueio e impedimento para o grande encontro conosco mesmos ? 
  
                 


          

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