sábado, 31 de agosto de 2013

HÁ MAIS PARA SER VISTO DO QUE VEMOS


 Um dia tudo começa a fazer sentido.
 É quando as duvidas, enfim, se vão, pois os resultados 
 tornam-se evidentes.

Até as coisas fazerem um sentido perfeito, não é possivel
 alcançar-se a compreensão do verdadeiro principio da vida.
A sensação de estar bloqueado é sentido por todo humano.
A sensação de mal estar é, contudo, igual um lembrete, da existencia, de que existe bem mais, em nós, para ser vivido. Há mais para ser desfrutado. Mas não sabemos como alcançá-lo, por isso o desconforto, a insatisfação e o desencanto.

Como sairmos desse roteiro de angustia indefinida, de todos os dias
viver e vivenciar a mesma futilidade das buscas sem fim para então
alcançarmos a paz ?  Como ter serenidade e desfrutar a vida
 em outros niveis de entendimento ?

Frente às dificuldades na solução dos impasses,  um choque profundo da má sorte vem ao nosso encontro. Pois de que outra forma nos livrariamos da dinamica da mente que nos retem
aprisionados a uma vida de entediante rotina e enfadonha
 mesmice ? 
Sem a quebra das barreiras normais de olhar e perceber a vida, como ter o vislumbre do que existe alem do que
 consideramos ser a vida ? 

As fatalidades e percalços que nos acompanham com tanta
insistencia, produzem um golpe no campo de energia, quando
somos lançados pela tangente, impiedosamente, do caminho
seguido até então. 
Uma forte emoção se segue, interrompendo o monologo interno
com as percepções rotineiras, com as preocupações de toda hora,
e remete-nos para um silencio interior.

Anseios e sentimentos que não podem vir à superficie em função
 do tumulto da vida ordinaria, manifestam-se de repente, e tomamos consciencia deles.
Damo-nos conta da essencia dos movimentos, vemos o que
normalmente deixamos de lado, e então percebemos os
sentimentos que os anseios nos trazem.

O choque das desventuras da má fortuna, põe-nos em suspenso,
como se fossemos retirados, momentaneamente, do alvoroço das coisas corriqueiras de toda hora. 
Somos tocados de um modo comovente. E essa comoção nos
desperta para o que não tinhamos consciencia até então.

Surge, dai, a convicção que a vida não é isso que estamos vivendo.
Existe mais que a ansiedade e os temores relacionados às
preocupações da vida normal nos tentam impor.

Portanto, nos movemos apenas quando a pressão torna-se 
intoleravel, quando não houver mais o minimo espaço para onde
fugir. Contra a parede e a espada no peito, é o momento da
sensatez, o momento da ação, não havendo mais tempo de
protelar, ou de ficar no aguardo de soluções magicas.

O não percebido, finalmente, torna-se evidente. E as explicações
simplistas do que seja viver, já não se ajustam mais.
Sem a quebra das barreiras de percepção, o olhar se torna imovel,
e o passo ajusta-se ao movimento monotono dos que apenas
 seguem, cabisbaixos, conformados, cheios de amargura.

É dessa forma que os reveses da vida nos abrem outras janelas.
Janelas de compreensão, atraves das quais descortinam-se paisagens até então desconhecidas.
Quando não há mais para onde escapar, uma revelação instantanea
produz coragem que incentiva a ação.
Coisas importantes deixam de ser importantes, para dar lugar ao que nunca se deu importancia. A visão fica clara. A atitude cria
coragem. A ação expressa ousadia.

São as preocupações de toda ordem que bloqueiam quaisquer
possibilidades para niveis de consciencia inimaginaveis, pois acostumamo-nos a viver dentro de limites estreitos de
percepção e entendimento.

Necessitamos de um incremento de energia para sair da posição fixa onde nos firmamos. Como, em condições normais, não temos energia disponivel, ela virá de alguma circunstancia externa,  um choque, um abalo profundo, uma perda, algo que ponha a vida
de pernas para o ar, mas que irá aliviar o stress psicologico
de uma vida pequena e sem significado.

É o inicio de uma grande mudança, mudança no nivel de consciencia onde já não seremos os mesmos. O pensamento
cotidiano será descartado, assim como todas as aflições e temores
que nos bloqueiam, condenando-nos a uma vida de miserias
e sofrimento sem fim.

As grandes mudanças, no mais das vezes, são precedidas num
tempo de caos, de intensas tribulações e tristeza que parece não
ter fim.
Mas é exatamente no momento de maior escuridão, que a luz
inicia o seu movimento.
O paraiso nunca está distante das chamas do inferno.




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