quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A SOBRIEDADE DA CONSCIENCIA


 À medida que nos tornamos mais conscientes, mais lucidos,
a noção do sofrimento tambem aumenta.

Aparentemente soa absurdo e sem coerencia. Mas, é quando
despertamos da letargia do sono profundo, quando os olhos por
fim se abrem, que temos a visão clara das coisas, e a realidade
se mostra assim como ela é.

Não é de dar inveja os que não estão nem aí, levando a vida à toa,
sem importar-se com nada, inconsequentes, levianamente,
como se nunca tivessem que prestar conta de coisa alguma ?
Incapazes de reconhecer seus proprios limites, invadem o espaço
das pessoas, desrespeitando os mais sagrados principios que 
regem qualquer forma de vida civilizada.

Vivem a vida como se não houvesse mais ninguem no mundo.
São espaçosos, incapazes de acomodarem-se na
cadeirinha que a vida lhes reservou para sentar. 
Tem bunda grande porque o juizo é pequeno (por isso que são
chamados de bundões). Para eles, ao
menos, algo tem de ser avantajado, volumoso. Hipertrofia de
 bunda, de triceps, da auto-imagem distorcida, desfocada,
empolada, com a qual acabam identificando-se. Frente a isso,
salve-se quem puder.
A imagem deturpada de si mesmos, é com essa visão que irão
olhar para fora e interagir com o mundo.

São folgados, não se importando com os contratempos e
perturbações que causam, não apenas aos outros, mas para si
proprios tambem. 
Falta-lhes a consciencia de uma visão mais ampla,
percepção lucida e consistente da sua forma imbecil de agir.

É sempre dificil conviver com eles, pois conviver é algo
estranho no universo em que vivem. São incapazes de se
ajustarem às normas que determinam um minimo nivel de
convivencia pacifica coletiva.
 São ostensivos, arrogantes e hostis. A verdade lhes pertence, e
estão acima de qualquer forma de bom senso para viver-se
em comunidade, em paz e harmonia. 

Estão centrados unicamente na satisfação pessoal, desvinculados
do verdadeiro significado da vida. Falta-lhes a capacidade
de compreender num outro nivel, onde o campo de visão se
 amplifica, trazendo clareza, e com isso, a medida justa de como 
colocar-se.

ESTAR no mundo relaciona-se com SER internamente. Para fazer de uma forma diferente, esse fazer terá de vir de uma estrutura
interna diferente, estrutura vinculada com SER diferente, isto é,
nivel diferente de consciencia.

Posicionar-se na vida de maneira alinhada, gentil e distinta, isso apenas reflete-se nas atitudes, pois a verdadeira dinamica é interno,
sendo o comportamento simples consequencia do seu
nivel de lucidez. O fazer é o reflexo daquilo que é.

A consciencia produz moderação, sobriedade e equilibrio. 
Não há como ver com olhos ainda não bem abertos. 
A inconsciencia é barulhenta e pretenciosa. Irresponsabel,
insolente e toda afetação.

Quem faz o que faz, faz pelo seu nivel de compreensão e
entendimento. A mudança somente é possivel redifinindo o
mundo interno, e, no mais das vezes, isso torna-se possivel,
 apenas com uma mãozinha da benevolente
e maternal senhora sofrimento.


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