quarta-feira, 17 de julho de 2013

A BUSCA SEM FIM PELO PRAZER QUE NÃO SACIA


      Buscamos o prazer e o bem estar de todas as formas que nos
sejam possiveis, e mesmo imaginaveis.

  O prazer das conquistas amorosas, ou nem tanto amorosas,
 ou o prazer que o dinheiro, o poder e as posses
 sejam capazes de proporcionar.
 O prazer das drogas, licitas ou não, as compras compulsivas,
o sexo compulsivo, mesmo que seja de forma virtual, solitario,
numa telinha luminosa, fria e indiferente.
O prazer da ostentação, da exclusividade, onde o chique expressa
status e a consequente visibilidade. Não ser visto, é como não ser.

Tentamos, enfim, extrair prazer de todos os cantos e buracos onde seja possivel haver alguma maneira de produzir alguma excitação agradavel.
Quando o prazer, no entanto, está na dependencia de outra pessoa ou coisa, convertemo-nos em escravos da situação, criando uma prisão, com a perda subsequente da liberdade individual.

Se aquilo que nos faz sentir bem, não transformar-nos em algo melhor, nos modificando, ficaremos dependentes das circunstancias externas, com a imediata sensação de insegurança, num estado
neurotico de inquietação e tumulto.
 Sempre buscando, sempre correndo.
 Alienação total. Anarquia absoluta.

Corremos atras de tanta coisa, atraidos pelo prazer quais insetos
noturnos, fascinados por todo ponto que brilhe. Giram, incessantemente, em torno do foco, até cairem,
exaustos, sem vida, malogrados pela quimera.

Buscamos pontos luminosos que possam nos proporcionar prazer.
Uma vez o objetivo alcançado, veremos que aquilo não
conseguiu preencher o vazio existencial,
 o oco da alma que reclama seu conteudo.

Enquanto olharmos pelas janelas do mundo, continuaremos
sonhando, perdidos nas ilusões.

Nos transformamos em vitimas indefesas dos nossos proprios
 desejos, pois a mente nunca estará satisfeita. Depois daquela conquista, ansiamos imediatamente por algo diferente, olhando
 para o futuro, na esperança de lá, por fim,
encontrarmos algo que nos proporcione a paz e o bem estar
definitivos.

Mas é apenas esperança, consequencia da estupidez por desejar
mais e cada vez mais. As fontes interminaveis de prazer não saciam a sede que proporcione paz e tranquilidade. 
O ser humano é uma estrutura psicologica regida, prioritariamente,
por uma multidão de desejos confusos. Confusos por não se
mostrarem realizaveis, no sentido de não cumprirem
suas propostas. 

Depois da conquista geralmente a aventura termina, mas outra 
reinicia de imediato, com a mesma convicção e certeza
anteriores, que dessa vez seremos, por fim, bem sucedidos.

Quando se ganha, o que se ganha afinal ? Não continuamos os
mesmos, com o mesmo vazio da alma, a mesma insatisfação
e desassossego de sempre ?
Uma vida feito corrida desenfreada, buscando o inacessivel,
desperdiçando-se tempo, energia e a propria vida.
Tudo poderia ter sido diferente. Mas não houve tempo para a
celebração, para encantar-se com coisas pequenas, com
aquilo, enfim, que a vida representa.

Quando se busca o prazer, o amor fica do lado de fora.
Usamos o outro como forma para nos sentirmos bem, um meio 
para chegar ao prazer. Isso transforma-se em luta, pois  existem
outros que estão em busca do mesmo objetivo. Voce precisa chegar
antes, precisa ser esperto, ter seus estratagemas.
Quanta tensão ! Quanta ansiedade !

E tudo isso tem a ver com o outro. É um fenomeno externo. Depende das circunstancias. É uma excitação agradavel produzida
pelo outro. Não há serenidade, mas tensão.
Toda busca, traz a inquietação à tiracolo.

O prazer é sempre momentaneo. É passageiro, e é por isso que a
busca não tem fim.
O prazer vem pelo outro, ou por algo externo. É uma forma de indigencia, algo que só pode ser saciado, momentaneamente, atraves do mundo. 
O que vem de fora, nunca é definitivo, nem permanente.

A origem da aflição humana é essa busca implacavel e obstinada
pelas coisas externas. 
Olhamos para fora em busca de algo que possa nos serenar. Mas
isso que buscamos lá, definitivamente, não pode ser
encontrado aí.

O que sacia os sentidos, nunca será a solução definitiva para
a angustia do espirito, que anseia a paz, o entendimento e a
soberania pessoal.

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