segunda-feira, 29 de julho de 2013

O ATALHO NEM SEMPRE ENCURTA CAMINHO


    Estamos, tantas vezes, na trilha certa. A pressa, a impaciencia
ou o medo, no entanto, nos fazem seguir atalhos, onde acabamos
 perdidos de vez.

 Não há atalhos na natureza. Se houvesse, a natureza já o teria
revelado. Portanto, encurtar caminhos,
 não deve ser lá de grande utilidade. No fim, serão apenas caminhos
mais longos e não menos embaraçosos.
Todo atalho traz na sua essencia o paradoxo de confundir, 
embaraçar, e equivocar o roteiro preciso.

Pela lei da Fisica, a energia gasta, é dada pelo produto da distancia
percorrida e a força aplicada. Se quiser ganhar tempo terá que
empregar uma força maior. A esperteza não supera a lei.

A gotinha que faz num instante ceder a febre, irá apenas prolongar um estado já deficiente, não permitindo à defesa natural estruturar-se, reagir, desenvolver-se.

O estado de saude debilita-se ainda mais, necessitando de
muletas para manter-se aprumado.
 Sem escoras por todos os lados, arrasta-se qual animal ferido,
 não conseguindo adequar-se às circunstancias, devido seu
estado caotico, de todo estrambelhado.

Geralmente, patologizamos o que a natureza faria com 
naturalidade. Cada vez mais descobrimos maneiras de interferir em simples sintomas, eliminando-os, porque cada vez mais temos
quimica disponivel para tanto. As pessoas acabam engolindo
punhados de comprimidos numa tentativa maluca de aliviar os
mais leves incomodos que acomete a todos, unicamente, para que
sejamos cada vez mais saudaveis.  

Houve tempo que decidiu cuidar-se, ainda lembra ? 
Tomou o firme proposito de comprometer-se com tanta coisa.
Arranjou disposição e deu inicio ao que considerava
 ser uma vida nova. 
Começou a olhar com mais atenção para os alimentos, deu inicio à um programa de atividade fisica, e chegou até a dispensar o cigarro.
Urra,quanta valentia e disposição !

Os bons propositos, todavia, não mantiveram-se por
longo tempo. Encontrou um sem numero de justificativas
para não permanecer fiel aos propositos. 
Por fim, todo o planejamento foi se esvaindo, e tudo voltou
ao que sempre fora. Com isso, a pança voltou a avolumar-se,
o cansaço inexplicavel, a pressão sem controle, o colesterol, o
mau humor, o medo...

Nunca faltaram boas intenções, mas as noticias confirmam :
 o inferno está cheinho de gente bem intencionada.
E, ao que me consta, a coisa continua por lá da mesma forma
como é pelas bandas daqui.
Visitando um amigo daquelas esferas, segredou-me,
solenemente, assim que saisse dai... e foi desfiando uma
sequencia de promessas, que cumpriria com fidelidade, na
proxima vida, para não ter mais que experimentar, outra vez, a 
fornalha ardente do senhor dos infernos.

A vida estrutura-se, sempre, atraves de escolhas. Funcionam
 como moldes que determinam a realidade. Mas, para que uma
 nova escolha seja a diretriz de uma nova vida, torna-se
necessaria uma clareza mental diferenciada.

O pensamento do dia a dia, regido pela consciencia normal, é
um pensamento confuso, sem consistencia, que não responde
às exigencias para uma vida incomum.
É um pensamento voltado para preencher apenas necessidades basicas, focalizado no mundo, buscando alimento, abrigo,
proteção. Não permite à pessoa ir além da vida confusa e
atribulada de todos os dias.

Há um pensamento funcional, pratico, utilitario, dentro do
qual as novas escolhas serão acolhidas e em condições para
a sua efetivação.
Parar de pensar como se pensa normalmente, é a condição para
 um novo movimento mental, determinando, dessa maneira,
 um nivel de percepção que se ajusta às novas definições. 

No espectro da consciencia, sempre que uma nova posição é
alcançada, o que até então era impreciso e caotico, torna-se
claro, possibilitando ajustar a realidade dentro dessa nova
forma de perceber e entender a vida.

Diante disso conclui-se que, sem uma modificação do nivel
de consciencia, de percepção, mudança alguma será possivel.
Dessa forma, todas as boas intenções, por mais bem intencionadas que sejam, não encontrarão amparo para serem estruturadas. 

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