sábado, 20 de julho de 2013

OS REBANHOS. A OVELHA. A LIBERDADE.


      São geralmente mais penosos e complicados os caminhos,
quando a alma nos convoca para que nos encontrarmos,
ou, então, descobrir o verdadeiro significado da vida.

  A conveniencia de apenas seguir o comboio, sob o comando
austero do grande comandante, não conseguirá a pessoa 
disponibilizar o que traz consigo de mais sagrado : a liberdade
de ser o que ela é.

  O alinhamento uniformiza, descaracterizando a individualidade.
O individuo transforma-se em todos, coletivizando-se
 qual objeto manufaturado em serie.
O figurino segue o mesmo padrão; e o passo fora da linha, não
terá a aprovação dos que seguem, conformados, a grande marcha,
sem proposito, insana, mas ordenada e compassada, da vida
mecanica e sem consciencia alguma. 
A individualização atrai, invariavelmente, a furia e o rancor
das trevas. O preço é alto, como tudo que é raro na vida.

Para o espirito humano, nada mais degradante, quando
 acomoda-se à tropa que marcha em formação. Cabeça ereta,
pescoço duro, peito inchado e batendo forte no chão. Parece
valente, mas não passa de simulação, de impostura, de faz de conta.
Todos iguais, no mesmo compasso, matematicamente sincronizado
como bonecos de dar corda. 

Para onde vai a legião nesse passo impecavel mas sem
qualquer sentido ? Não há sentido, mas o objetivo é claro : 
mediocrizar o individuo na proporção em que perde o senso
da auto-determinação. A liberdade é perigosa enquanto
houver sacerdotes.

Já viu alguma vez qualquer laranjeira bater continencia para o
mamoeiro ? Nem, tampouco, terá visto a rosa ficar de
implicancia com a tulipa.

É por isso que a uniformização degrada o espirito, pois impõe à 
individualidade sagrada, a truculencia estupida
de todos iguais. Para que ? Para que a tropa permaneça
unida, para que haja rebanhos, para que exista a sociedade.

Os sacerdotes falam, com total propriedade, quando referem-se
 à ovelhinha desgarrada, para que não caia nas garras ferozes
 do lobo mau ( é assim que se catequiza a massa, infantilizando-a com historinhas pateticas de mercantilizar salvação ).

A ovelha que desgarrou-se, está longe de estar perdida. Ela,
 acabou, finalmente, se encontrando. 
Não é a desencaminhada, a ovelha que necessita de resgate.
Os rebanhos, em verdade existem, para que cada qual  descubra
 os caminhos sem  necessidade de pastor, sem ser guiado,
 sem a voz idiota do comandante gritando "meia volta, volver".  

A ovelha perdida, apenas ela, a unica que se descobriu.




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