quarta-feira, 27 de junho de 2012

QUANDO ENFIM O SOFRIMENTO ACABA


                    Procuramos, de todas as formas, sentirmo-nos bem, fazendo alguma coisa. Não é mesmo ?
     
                  Fazendo.  Indo para fora.  Buscando externamente.

                Coisas.  Segurança atraves de coisas.   As coisas do mundo.   O mundo das coisas   Esforço.

       No entanto, há um outro caminho para alcançarmos nosso objetivo. O bem estar, não como
consequencia dos recursos do mundo, aquisições, posses, poder, titulos, mas pela capacidade de observar
atentamente, com serenidade e despreocupação. Sem esforço, pretensão ou objetivos. É da natureza do
observador, do mesmo modo, como é da natureza da mente o medo e a preocupação.

                  Algo vindo de fora agitou teu mundo interno ?  É esse o momento para se estar em casa e não
permitir a desordem e a confusão. Estar atento, vigilante, alguem internamente que olhe para aquilo dando o
devido encaminhamento.
                                           Respira. Respira enquanto está na posição de observador. Não tenha objetivos. Não espere nada. Está desconfortavel, mas permaneça presente, de guarda, como a sentinela na sua guarita. Sem pressa. Principalmente sem pressa. Apenas olhando para aquilo, se dando conta do que
está sentindo, o mau estar interno, a chateação, o incomodo, o aborrecimento. Tenha consciencia do seu
sentimento, da situação desagradavel dentro da qual se percebe envolvido.

         Não está investindo energia em busca de alguma saida. Entretanto, é evidente que deseja se livrar da dificuldade. Quer se ver livre, mas aparentemente não está fazendo nada. Fazer algo já parece dificil, o
que dizer, não fazendo nada ?
                                                   É o paradoxo da solução. Quanto mais busca, quanto mais deseja,
quanto maior o esforço, será com essa mesma energia e intensidade que algo irá se opor internamente  ao seu desejo. É a lei da atração e repulsão. Cabo de guerra. O movimento para um lado, determinará sempre um movimento em sentido contrario. 
                                                          Normalmente buscamos a solução atraves de uma atividade
incessante da mente. Pensamos e pensamos muito. Arquitetamos estrategias, taticas astutas para nos
libertarmos daquilo. Há, nesse processo, um gasto enorme de energia. É por isso que nos cansamos tanto quando nos encontramos  diante de qualquer apuro, e, tentamos, de todas as formas, um resultado favoravel. 
                            A mente é drenadora de energia. Debilita. Enfraquece, e nos coloca numa roda de
pensamentos ininterruptos, rodopiantes, de inchar a cabeça, turvando o bom senso, o discernimento, mas
principalmente a percepção clara, sensata e coerente.


            Já se deu conta que existem sempre duas possibilidades frente à qualquer situação ?
Reagir ou não reagir. Responder ou não responder. Dar o troco ou calar. 
Pois bem, se existem duas possibilidades é porque existem duas estruturas internas, opostas, para dar conta
e responder frente à qualquer  eventualidade. Uma  reage e a outra se abstem. Uma quer o conflito, a outra, não quer nada. A mente quer reagir e dar a entender que é melhor que seu oponente.  Necessita
estar com a razão. Tentará se impor, argumentando, atacando e de todas as formas provando que está certo.
               Contudo, se não sentir a necessidade de estar com a razão, tanto faz estar certo ou não, pois
não está numa disputa onde tem de sair vitorioso. 
Para se colocar nessa posição, será imprescindivel sair do movimento da mente e se colocar como simples
observador, atento, desobrigado e isento de qualquer resultado. Desfaz-se o conflito interno, sem queda
de braço, necessidade de ter que se defender, ou  arquitetar situações de segurança e proteção.


                Quem não necessita se defender, não se encontra vulneravel. E o observador apenas observa.
Olha para o contexto sem ao entanto se envolver. Não se encontra na situação de ter que se defender,
pois não é da sua natureza ser atingido.
   A vulnerabilidade faz parte daquilo que é fraco. A auto imagem busca agregados de importancia em
função do seu sentimento de pouca importancia e insuficiencia.
Agrega para completar, e o que tem se ser completado, traz em si o inacabado.


              A testemunha é isso que somos, à parte de imagens, crenças ou identificações elaboradas dentro
do tempo ao longo da vida de cada um.
 Carregamos conosco o poder de criar ( fomos criados à imagem e semelhança...). Somos a imagem
a partir da qual fomos criados,e não a imagem que construimos  em função de ideias e conceitos mentais.


   Desse modo, não somos o que pensamos, pois é na ausencia do pensamento que visualizamos a verdadeira face da nossa verdadeira natureza.
    Quando o dialogo interno cessa, quando a necessidade de se segurar, defender, buscar, forçar, quando
o que sobra, for apenas o ato de observar, de olhar com serenidade, descompromissado, imperturbavel,
e calmo, somente então estaremos em condições reais de manifestar todas as soluções possiveis para todos os impasses e obstaculos de todo dia.


    Definitivamente, não será pelo movimento da mente, pensamentos  e sentimentos que teremos acesso à
tranquilidade e à alegria de viver. A mente força, a solução, contudo se manifesta num estado de não força.


     Já se deu conta da velocidade com que rebate e se ofende ? A necessidade vital de ter que se defender
para não se sentir menos ?  No entanto, esse eu que se sente ferido e diminuido não é o eu que voce é.
Quando responde, não é voce que responde, mas a ideia que faz de si. E como não está olhando para aquilo, atentamente, descompromissado como um observador independente, a mente toma a dianterira e se apossa da situação, como o guardião da nossa integridade.
É por essa razão que a testemunha não consegue se manifestar, pois não foi ativada, não passou por um
estagio de treinamento. Mas ela está lá, à espera, disponivel até o momento em que for disponibilizada,
para nossa gloria e esplendor.... sem esforço... sem luta.... sem sofrimento !  

Nenhum comentário:

Postar um comentário