segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A SINA DO PEQUENO "CHICO"


A filha descasou, foi morar longe,
e devido às contingencias,
"chico", seu cãozinho de estimação,
ficou para a guarda dos pais.

O bichinho sentiu o impacto,
sentiu a falta da sua dona, do seu espaço,
da sua rotina, da sua vida.

Sentiu saudade, entristeceu,
tornou-se inapetente, entediado,
inclusive um fungo instalou-se em sua pele,
rareando o pêlo em partes do seu dorso.

Mas, por fim, superou a tristeza,
 - como sempre e em tudo na vida -
a dor da separação, a saudade,
e até mesmo a micose dissipou-se

Adaptou-se ao novo lar, aos novos costumes,
cuidadores e rotina,
até sua faceirice voltou,
animando novamente as pessoas,
driblando os contratempos,
vivendo a vida como a vida quiser.

Mas, como a vida é uma gangorra,
e as polaridades sem cessar se alternam,
sendo, portanto, nada definitivo,
o casal, como a filha, tambem se separa. 

A enorme casa onde viviam,
como geralmente acontece, foi posta a venda,
cada qual seguindo seu rumo,
vivendo a vida como a vida quiser.

Passei por aí, naquela manhã,
em que ambos faziam sua mudança.

Avistei então o pequenino "chico",
que acompanhava de lado toda movimentação.

Entristecido e solitario,
mantinha-se imovel no seu cantinho,
pressentindo, talvez, dias delicados,
tempos dificeis guardados ainda na memoria.

Aproximei-me,
sentei a seu lado,
em silencio,
e fiquei tambem acompanhando
toda movimentação.

Acariciei o pequenino "chico",
e senti que seu corpinho todo tremia.

... mas, não era por frio, certamente, o seu tremor ...






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