sábado, 4 de outubro de 2014
O VELHO ALBUM
Tive sempre cá comigo,
que o passado é uma forma de sombra,
uma sombra que se estende sobre o presente,
qual nuvem no firmamento,
escondendo a luminosidade do dia.
A sombra pode até trazer frieza,
a indiferença, a apatia, o desanimo,
um certo ar de tristeza
pelo calor do entusiasmo que se desfez.
Pode a sombra, todavia, ser refrescante,
um jeitinho de conforto,
ante a intensidade do mormaço.
De qualquer forma, é sempre agradavel
serem festivas as lembranças a rememorar.
O tempo passou,
e com ele tanta coisa ficou para tras.
Vivemos historias ...
quantas historias de amor !
Conquistas emocionadas, festivas, solenes,
na primeira curva do tempo, porem,
transformaram-se em folhas mortas
carregadas pelo vento frio do outono.
Mesmo assim as imagens ficaram retidas
num velho album amarelado,
guardado no fundo de uma gaveta.
As lembranças persistem,
flutuam no ar,
- meros devaneios -
como sombras fantasiadas de realidade.
Resulta em saudades remexer o velho album,
qual caixinha nostalgica,
cantinho de melancolia,
imagens perdidas de um tempo que vai longe.
Assim, é bom que o velho album não se perca,
conserva o passado,
que nem sempre fazemos questão seja perdido.
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