sábado, 12 de julho de 2014

A CHUVA MIUDA NUMA TARDE DE INVERNO


A chuva era miuda, ralinha,
parecia nevoa, uma bruma densa
- chuvinha tipica 
dos dias frios de inverno.

Caia silenciosa, suave,
sem querer perturbar,
assim como quem cantarola, baixinho,
uma meiga canção de ninar.

São as chuvas de inverno,
 com seu encanto triste,
despertando saudades,
melancolia, que evoca estranhos sentimentos.

O telhado de zinco a absorvia com cuidado,
diferente das chuvas sonoras, barulhentas,
dos dias menos sombrios.

Vista atraves da vidraça da janela embaçada,
o cenario externo refletia a umidade e o frio 
da tarde acinzentada.

O vento agita as longas palmas da palmeira esguia,
contorcendo-se de lado a lado,
emitindo um som tristonho,
monotono, repetitivo, lastimoso.

A vista não alcança longe,
perdida por entre o nevoeiro denso,
deixando o mundo pequeno,
a distancia encolhida pela visão diminuida.

Os passarinhos silenciam,
apreciando tambem, quem sabe, a melancolia poetica
da tarde fria, de chuva miuda, silenciosa e comovente.

As nuvens baixas, pesadas, densas,
diminuem a luminosidade,
deixando a atmosfera pesada, seria, contraida,
estimulando ideias, despertando emoções.

Imaginei-me perdido no mundo, 
embrenhado na imensidão gelada,
sem refugio, sem consolo,
desprotegido do ambiente aquecido
do fascinante fogão à lenha.

Relaxei, 
e um sentimento de bem estar,
uma vibração de contentamento correu dentro de mim.
Estava abrigado, no aconchego do lar,
resguardado da atmosfera gelada,
olhando pela vidraça embaçada,
a chuva miuda, ralinha,
caindo silenciosa,
nessa tarde gelada de inverno.

Momento de paz,
de serenidade,
e gratidão. 







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